Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Santos, Daniel Gonçalves dos |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6141/tde-12052025-151915/
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Resumo: |
Introdução: A injúria renal aguda (IRA) na unidade de terapia intensiva (UTI) geralmente é secundária a diversas desordens que afetam o rim agudamente. Apesar das limitações da creatinina sérica (Cr sérica) como marcador de IRA em pacientes críticos, esta continua sendo o padrão laboratorial e esforços para estudar novos marcadores tem sido feito para identificar o risco de a doença ocorrer. A ressuscitação volêmica adequada nas primeiras horas de UTI parece estar associada à maior sobrevida. Contudo, a manutenção desta estratégia após as primeiras seis horas pode causar balanços hídricos sucessivamente positivos. Alguns autores sugerem que o BH positivo (BH+) possa ser um marcador de IRA que antecede a elevação da Cr sérica ou diminuição da diurese. Objetivos: Avaliar se há associação entre o BH+ dos dias que precederam o diagnóstico de IRA com o seu desenvolvimento e se pode afetar seu prognóstico em pacientes adultos internados em UTI. Métodos: O estudo utiliza dados de uma coorte prospectiva de pacientes internados em todas as UTIs da cidade de Rio Branco do Estado do Acre. Foram incluídos os pacientes que não tinham IRA prévia na internação na UTI. Os critérios creatinina e diurese do KDIGO (Kidney Disease: Improving Global Outcome) foram utilizados para a definição de IRA diariamente nos primeiros sete dias de internação. O BH foi utilizado como variável independente e os desfechos primários foram a incidência de IRA na primeira semana de internação na UTI e a mortalidade na UTI e até 180 dias após a alta. As médias de BH dos dias que antecederam a IRA na UTI e de mesma proporção de dias para os indivíduos que não desenvolveram IRA foram utilizadas para as análises. Para avaliar a associação entre BH+ com o desenvolvimento de IRA ou com a mortalidade na UTI, foram realizadas análises de regressão logística binária ou de regressão logística polinomial e para avaliar o papel prognóstico da IRA incidente na UTI associado ao BH prévio a ela com a sobrevida após alta da UTI foram feitas análises múltiplas de regressão de Cox. Resultados: Foram avaliados 678 pacientes que preencheram os critérios de inclusão. No período de seguimentos, 57,2% desenvolveram IRA na UTI. Destes pacientes, 46,6% apresentaram BH dos dias prévios ao desenvolvimento de IRA ≥ 1500ml, sendo que os pacientes que não desenvolveram IRA 35,1% apresentaram o BH acima deste mesmo corte (p<0,001). Os resultados apontaram que cada aumento de 100ml no BH prévio aumentou em 2,1% a chance de desenvolver IRA na UTI (p=0,001). A chance de desenvolvimento de IRA aumentou em 42% nos pacientes com BH≥1500ml. O BH positivo também aumentou a chance de severidade e duração da IRA. Todos os desfechos de internação foram piores nos pacientes que desenvolveram IRA, com maiores efeitos quando houve associação com maiores níveis de BH. A chance de óbito na UTI aumentou em 380% em pacientes com IRA e BH≥1500ml e o hazard de óbito até 180 dias aumentou em 265%, comparados aos pacientes sem IRA e BH<1500ml. Conclusões: Nosso estudo mostrou que o BH prévio ao desenvolvimento de IRA associou-se à incidência e maior severidade de IRA e à piora dos desfechos como mortalidade na UTI e diminuição da sobrevida em até 180 dias após alta na UTI. Esses resultados sugerem que uma forma de disfunção renal aguda, manifestada como uma incapacidade de manter a homeostase de fluidos, pode ocorrer frequentemente em pacientes críticos, sinalizando o desenvolvimento subsequente e a gravidade da IRA, além de piores desfechos. |