Saber perguntar: taxonomias de aprendizagem e tipologias de perguntas nos exercícios de leitura de italiano como língua estrangeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Tamaio, Natália Savassi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-17012025-114817/
Resumo: O ambiente de sala de aula de língua estrangeira não apenas proporciona o aprendizado das estruturas formais da língua, mas também configura um espaço crucial para a interação e o desenvolvimento do indivíduo como sujeito crítico. No entanto, embora os alunos desenvolvam habilidades gramaticais, auditivas, orais, textuais e de leitura, nem sempre exercem plenamente suas capacidades críticas e reflexivas. Essa dissertação examina o papel da leitura no ensino de línguas estrangeiras, com ênfase na interação em sala de aula e no uso de perguntas para estimular variados níveis de desenvolvimento cognitivo. O principal questionamento dessa pesquisa foi se os livros didáticos de italiano como língua estrangeira utilizados em sala de aula apresentam tipologias de perguntas que incentivam respostas críticas e reflexivas. Inicialmente, abordamos a leitura como prática essencial também na aquisição de uma língua estrangeira (Kleiman, 2022; Leffa, 1999; Menegassi, 1999), destacando que ela permite o acesso a informações culturais e fomenta a competência comunicativa e crítica dos aprendizes (Vygotsky, 1978; Kleiman, 2022; Freire, 1989). A análise da interação em sala de aula considera as contribuições de Moore (1989) e Vygotsky (1995), que sublinham o papel do professor como mediador do conhecimento, e aborda o uso de perguntas na promoção de uma aprendizagem ativa e dialógica (Freire, 1989). Discutimos, ainda, a taxonomia dos objetivos educacionais de Bloom (1976) e as tipologias de perguntas descritas por Marcuschi (2005), demonstrando como diferentes níveis de perguntas impactam o engajamento e a capacidade crítica dos estudantes. As estratégias de leitura, como inferência, predição e identificação de ideias principais, são apontadas como fundamentais para a compreensão textual e o desenvolvimento da criticidade (Grainger, 2011; Solé, 1998; Aebersold & Field, 1997; Goodman, 1967), auxiliando os alunos a interpretarem informações além da superfície textual. Para a análise empírica, foram selecionados 36 exercícios de leitura dos manuais de italiano Nuovo Espresso, volumes 1 e 2, ambos publicados pela Alma Edizioni (2012), bem como o guia do professor de cada volume. Os dados revelaram que 72% dos exercícios analisados correspondem ao nível de compreensão na taxonomia de Bloom, enquanto 36% das perguntas se classificam como objetivas na tipologia de Marcuschi. Esses resultados sugerem que as atividades predominantes nos manuais analisados priorizam respostas factuais e limitam o estímulo à reflexão crítica, apontando para a necessidade de uma abordagem mais integradora no desenvolvimento de competências de leitura crítica e de um uso mais estratégico das perguntas em contextos educacionais