Cuidados paliativos na demência da doença de Alzheimer avançada: avaliação da pergunta surpresa como ferramenta prognóstica por cuidadores e médicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Yuyama, Erika Kiyomi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-08092021-134129/
Resumo: Introdução: A avaliação da demência de Alzheimer é marcada por declínio funcional progressivo e difere da trajetória de outras doenças crônicas, como câncer e cardiopulmonares, por se tratar de uma doença limitante, sem tratamento curativo e em estágio avançado, as funções cognitivas estão gravemente comprometidas com a deficiência para realizar atividades básicas da vida diária. A pergunta surpresa (PS) \"Você ficaria surpreso se esse paciente morresse nos próximos 12 meses?\" foi usada para identificar pacientes com alto risco de óbito que possam se beneficiar de serviços de cuidados paliativos. Objetivo: Utilização da PS como ferramenta para indicação de cuidados paliativos por cuidadores e médicos e avaliação da mortalidade em 12 meses determinando a acurácia, sensibilidade e especificidade durante o período. Métodos: Trata-se de estudo longitudinal e prospectivo envolvendo 101 pacientes. A determinação do teste do qui-quadrado foi feita pelo software SAS 9.2 e foi adotado o p-valor de 0,05 para avaliação da PS e as variáveis que influenciaram na resposta por médicos e cuidadores. Resultados: 63,3% dos pacientes já possuíam fluência verbal limitada, 27 pacientes (26,7%) faleceram durante o seguimento em um ano. Quanto à resposta a PS pelos cuidadores, apresentou sensibilidade 51,8% (IC 31,9 - 71,3), Valor preditivo negativo de 66,7% (20,7 - 63,6), especificidade de 56,2% (IC 29,8 - 80,2), Valor preditivo positivo de 40,9% (CI 43,0 - 85,4) com acurácia de 53,4% (IC 38,5 - 68,4). Em relação aos médicos, a PS teve alta sensibilidade de 88,8% (IC 70,8 - 97,6), Valor preditivo negativo de 40% (IC 5,2 - 85,3), especificidade de 12,5% (IC 1,5 - 38,3), Valor preditivo positivo de 63, 1% (IC 45,9 - 78,1) com acurácia de 60,4% (IC 45, 8 - 75). Conclusão: A PS é uma ferramenta com alta sensibilidade quando aplicada aos médicos. Não há referências em relação a avaliação dos cuidadores, embora à sensibilidade a PS pelos cuidadores tenha sido baixa, a maior utilidade da PS consiste no planejamento de cuidados e discussão a respeito das preferências do paciente, além de reconhecer a demência como doença terminal que merece abordagem paliativa adequada.