Administração segura de medicamentos para crianças no domicílio após a alta hospitalar: percepção dos pais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Callé, Aline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-12052022-110706/
Resumo: Estudo descritivo, de caráter exploratório, com abordagem qualitativa. O objetivo geral foi compreender como ocorre o preparo dos pais/cuidadores para administração segura de medicamentos para a criança no domicílio, na perspectiva de pais/cuidadores. Os objetivos específicos foram: caracterizar pais/cuidadores de crianças hospitalizadas, nos aspectos sociodemográficos da família e clínico da criança; apreender aspectos que facilitam e/ou dificultam a administração segura de medicamentos para a criança no domicílio, na perspectiva de pais/cuidadores. A coleta de dados ocorreu com pais de crianças hospitalizadas em um hospital do interior paulista. O critério de inclusão foi a criança usar algum tipo de medicamento no domicílio. Os pais foram abordados em duas etapas: 1) entrevista semiestruturada, audiogravada, durante a internação e solicitou-se aos pais um registro fotográfico do local de preparo dos medicamentos das crianças; 2) entrevista semiestruturada, audiogravada, realizada no retorno ambulatorial ou por telefone. Os dados de caracterização dos participantes e das crianças tiveram dupla inserção em planilhas do Microsoft Excel, e após validação, foram analisados por meio de estatística descritiva. As fotografias contribuíram para compreender o ambiente domiciliar, considerando o preparo e a administração de medicamentos para a criança. Os dados empíricos foram submetidos à análise de conteúdo tipo temática indutiva. O Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo aprovou a pesquisa, após anuência do hospital. Foram obtidos 26 participantes, sendo 24 mães e dois pais; maioria é jovem, tem mais de cinco anos de estudo e vive com companheiro. Quase metade denominou-se como \"do lar\". Sobre as crianças, houve distribuição igual para ambos os sexos; maior frequência para tempo de diagnóstico superior a dois anos; e mais de três quartos delas estavam hospitalizadas há menos de uma semana. As principais classes medicamentosas utilizadas foram antibióticos, seguida de antifúngico, antiemético, analgésico/antitérmico, anti-hipertensivo e vitamina. Da apresentação farmacêutica, mais de três quartos dos medicamentos prescritos para uso no domicílio era líquido, seguido de comprimido. Maior frequência da via de administração oral, seguida das vias enteral e subcutânea. A maior parte dos pais relatou orientações feitas pela equipe médica, no próprio quarto/leito do paciente. Dos dados empíricos, emergiram três temas: \"A criança em uso de medicamentos no domicílio: sentimentos, desafios e organização para o cuidado\", \"Apoio à família da criança para o cuidado medicamentoso no domicílio\" e \"A criança e seu autocuidado: uma adaptação para o cuidado seguro\". As imagens revelaram o cuidado e a atenção que eles dispensam com os medicamentos no domicílio, guardando-os geralmente, em caixas, em armários ou bancadas e mantendo o local de preparo sempre limpo e organizado. Um vez que houve recorrência de orientações sobre uso de medicamentos no domicílio, imediatamente antes da alta hospitalar, reforça-se a importância de estruturar as informações da alta de forma sistemática e planejada, para garantir segurança da criança também no âmbito domiciliar. O estudo contribui com subsídios que destacam a relevância da capacitação referente ao uso de medicamentos no domicílio por crianças, que serão administrados por seus pais e/ou cuidadores e/ou pelas próprias crianças.