Bionomia das traças da cera Galleria mellonella L. e Achroia grisella F. (Lepidoptera – Galleriidae) no Município de Piracicaba - São Paulo

• Ano de defesa: 1973
• Autor(a) principal: Guerra, Milton de Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: BIONOMIA; COLMEIAS; PIRACICABA-SP; TRAÇAS-DA-CERA
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20240301-151824/

O presente trabalho abrange três partes estudadas separadamente: 1 - Estudo morfológico e biométrico das espécies Galleria mellonella L. e Achroia grisella F.; 2 - Estudo biológico e colonização da Galleria mellonella L.; 3 - Estudo sobre a alimentação de Galleria mellonella L. Com referência à primeira parte, foi realizado primeiramente, um estudo dos caracteres morfológicos externos, de Galleria mellonella L. e Achroia grisella F., sendo elaborado um quadro analítico (Tabela XI) das principais diferenças morfológicas e de comportamento entre as espécies consideradas. Posteriormente, passou-se a verificação da aplicabilidade da regra de DYAR, no crescimento destas espécies, sendo constatado que as medidas das placas esclerosadas variam dentro de limites definíveis para cada estágio, permitindo o estabelecimento de classes bem caracterizadas que identificam oito estágios larvais para Galleria mellonella L. e dez para Achroia grisella F. Para a primeira espécie a razão média de crescimento para a cápsula cefálica e placa protoráxica é de 1,43 e 1,46, respectivamente, sendo que para a segunda espécie as razões médias de crescimento são 1,26 e 1,28, concordando assim, ambos os casos, com a regra de DYAR. Foi constatado que, em qualquer das espécies em estudo, o crescimento das partes esclerosadas é harmônico e progressivo, processando-se numa progressão geométrica regular, constante para cada parâmetro, variando o tamanho da lagarta com o regime alimentar oferecido. A segunda parte do trabalho, constou de vários experimentos que conduziram a complementação do quadro biológico de Galleria mellonella L., elaborado, inicialmente, com os dados coligidos na bibliografia consultada e que mostrou muitas omissões (Tabela XI). O quadro comparativo apresentado na Tabela XXII, confronta os dados obtidos pelos diversos pesquisadores que trabalharam com biologia de Galleria mellonella L., com os resultados chegados pelo autor nos vários experimentos e frequentes observações feitas durante esta pesquisa. Inclui também, uma coluna com dados sobre a biologia da Achroia grisella F., visando um estudo comparativo entre as duas espécies de traças da cera que ocorrem predominantemente nas condições ecológicas de Piracicaba, São Paulo. Quanto ao sistema de colonização abordado, propõe inovações que permitem maior viabilidade larval e um período mais curto para que as lagartas atinjam o crescimento máximo. A viabilidade larval é assegurada pela dieta (Tabela XXVI) e pelo uso de núcleos de incubação. O crescimento é acelerado pela dieta e pelas melhores condições de arejamento oferecidas pelas bandejas de criação (Figura 14 - A). São recomendadas técnicas e propostos métodos que permitem a multiplicação numerosa das diversas fases do ciclo biológico da Galleria mellonella L. É feito um experimento em que as lagartas são submetidas a diferentes dietas: favo com pólem, cera pura mais pólem, cera pura e dieta de HAYDAK, para uma análise do comportamento das lagartas. O experimento demonstrou que o regime natural, favo com pólem é muito superior ao artificial proposto por HAYDAK e usado, geralmente, pelos pesquisadores. Os resultados deste experimento conduziram o autor a formulação de uma dieta (Tabela XXVI), que demonstrou ser tão ou mais eficiente que a dieta natural, proporcionando o máximo de crescimento e peso, até 0,350 g., em apenas 18 dias. A utilização da citada dieta no processo de colonização proposta na parte II do trabalho, vem assegurar a possibilidade de criação massal de Galleria mellonella L., para fins comerciais ou científicos, sobre tudo, como hospedeiro para a multiplicação de parasitos de vários lepidopteros prejudiciais às plantas cultivadas.