Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Ferreira, Marília Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-30092024-090518/
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Resumo: |
A síndrome da resposta inflamatória sistêmica é uma consequência do abdomen agudo equino. A partir da ativação da cascata inflamatória, ocorre o reconhecimento de patógenos e de padrões moleculares associados a patógenos, por meio de receptores de reconhecimento padrão, que detectam um ligante específico, como o lipopolissacarídeo (LPS). Estudos associaram abortos com sinais de endotoxemia em éguas em terço final de gestação e poucos estudos foram desenvolvidos com essa finalidade, em especial com éguas gestantes enfermas. Este estudo buscou determinar e quantificar a presença de citocinas inflamatórias, anti-inflamatórias, atividade do receptor de reconhecimento padrão TLR-4 e do fator nuclear NFκ-B e a metabolômica do sangue e líquidos fetais, em éguas gestantes, durante a resposta inflamatória transitória sistêmica, induzida pela administração intravenosa (IV) de LPS. Foram utilizadas dezesseis éguas, hígidas, com 260 a 285 dias de gestação, sem padrão de raça, com idade entre 5 a 12 anos e peso corporal entre 300 a 450 kg. Foi realizada prévia cateterização do alantoide ou da cavidade amniótica, seguida da infusão IV de LPS (Grupo LPS, GLPS; n=8) ou solução salina 0,9% (Grupo Controle, GC; n=8) e foram colhidas amostras de sangue e líquidos fetais. Foram realizadas avaliações hematológicas e bioquímica sérica, concentrações das citocinas TNF-α, Interleucina 1 beta (IL1β), Interleucina 6 (IL-6) e interleucina 10 (IL-10), por meio de ensaio imunoenzimático (ELISA), avaliação da expressão gênica dos receptores TLR-4 e fator nuclear NFκ-B, por meio de PCR em tempo real, e análise de metabolômica, por meio de cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. As amostras foram colhidas antes do início do experimento (T0), após 15 minutos da indução da endotoxemia (T15\'), e a cada uma hora, durante as oito primeiras horas (T1h, T2h, T3h, T4h, T5h, T6h, T7h, T8h). As gestações e placentas foram acompanhadas por ultrassonografia, sendo realizada avaliação macro e microscópica da placenta colhida após o parto e avaliação neonatal do potro. Verificou-se, no GLPS, leucopenia nos tempos T15\', T1h, T2h, T3h, T4h e T5h em relação a T0h e, menores médias de leucócitos no GLPS, nos tempos T1h, T2h, T3h e T4h, quando comparado ao GC. Observou-se elevação das médias de ureia no GLPS, nos tempos T3h, T4h T5h, T6h, T7h e T8h, em relação a T0h e elevação das médias de creatinina sérica, a partir de T2h até T8h, quando comparado a T0h. Verificou-se elevação das médias de fosfatase alcalina, a partir de T2h até T8h, no GLPS, em comparação a T0h e elevação das médias de proteínas totais em T6h, quando comparado com T0h. As médias séricas de IL-6 do GLPS apresentaram elevação ao longo do tempo, de T3h até T8h, quando comparado a T0h, e ao GC. Verificou-se elevação das médias de IL-10, no GLPS, de T2h até T7h, em relação a T0h, e ao GC. As médias de TNF-α do GLPS apresentaram elevação nos tempos T1h e T2h, em relação a T0h, e ao GC. Verificou-se elevação expressão gênica do receptor TLR4, no GLPS, em T3h e T6h, em relação a T0h, diferindo do GC em T6h. Houve elevação da expressão do fator de transcrição nuclear NFκ-B no GLPS, em relação ao GC, em T6h. Com relação aos líquidos fetais, as médias de IL-1β, no GLPS, apresentaram elevação, em T6h e T12h, em comparação a T0h. O GLPS apresentou maiores médias de IL-1β, em T6h e T12h, quando comparado ao GC. No GLPS verificou-se elevação das médias de TNF-α, em T12h, quando comparado a T0h. Verificou-se, em T3h, maiores médias de IL-10 no GLPS, em relação ao GC. Os resultados da metabolômica plasmática e de líquido alantoideano demonstram que o GLPS possui metabolitos distintos e em intensidade de sinais diferentes dos metabolitos encontrados no GC, com um total de 309 e 626 metabólitos importantes, em plasma e líquido alantoideano, respectivamente, que permitem a separação entre grupos. Ao final do estudo foi observado 57% de abortamento e 43% de partos no GC e 87,5% de abortamento e 12,5% de partos prematuros no GLPS, sendo observadas alterações ultrassonográficas e macroscópicas características de placentite, com alterações microscópicas inflamatórias. Potros nascidos apresentaram APGAR 7 a 8. Amostras de rim, fígado e pulmões dos abortos apresentaram características inflamatórias e degenerativas. Conclui-se que existe influência da endotoxemia materna sobre a unidade feto-placentária, evidenciada pela elevação de citocinas inflamatórias nos líquidos fetais e perfil de metabólitos, que podem caracterizar a endotoxemia em éguas gestantes. A cateterização das cavidades alantoideana e amniótica é uma técnica exequível com baixo grau de dificuldade e não apresenta riscos para a égua, embora possa causar o abortamento, não sendo indicada para uso em rotinas clinicas. |