A caracterização do papel das células dendríticas no recrudescimento da malária na gestação.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gomez, Oscar Javier Murillo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-17112021-125543/
Resumo: A malária é um dos mais importantes problemas de saúde pública da atualidade. Está presente em mais de 91 países e cerca de 40% da população mundial vive em regiões onde o risco de infecção é potencialmente alto. Anualmente, estima-se que a doença atinge mais de 28 milhões de mulheres grávidas contribuindo para altas taxas de morbidade e mortalidade materna e neonatal. Dados recentes indicam que em zonas endêmicas apenas 43% das gestantes são tratadas contra essa enfermidade. A maioria dos tratamentos realizados durante a gravidez tem um resultado subcurativo, aumentando o risco de recrudescimento da infecção. Nestes casos não se sabe aonde o parasita se mantém oculto, nem qual é a célula responsável por protegê-lo da ação do sistema imune. Embora a principal papel das células dendríticas (DCs) seja de apresentação de antígenos e eliminação de microrganismos, já foi mostrado em ensaios in vitro que estas têm a capacidade de manter o plasmódio no seu interior e, posteriormente, gerar uma nova infecção. Por outro lado, sabe-se que as alterações hormonais resultantes da gestação têm a capacidade de modular o sistema imune, afetando a capacidade de fagocitose e a função das DCs, podendo gerar condições favoráveis para a sobrevivência e manutenção do plasmódio. Utilizando um modelo murino experimental identificamos o acúmulo de eritrócitos parasitados por P. berghei no baço e nos pulmões de camundongos Balb/c crônicos. Também demonstramos que as DCs estão envolvidas na manutenção dos parasitas e que também são responsáveis pelo recrudescimento da infecção durante a gravidez. Por último identificamos que a gestação reduz significativamente a capacidade de maturação e fagocitose das DCs e de macrófagos, e este fenômeno é responsável pelos altos níveis de parasitemia observados neste período. Juntos, nossos resultados mostram o papel das células dendríticas (DCs) na regulação da resposta imune a malária e o seu direto envolvimento no recrudescimento da infecção durante a gravidez.