Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1997 |
Autor(a) principal: |
Camargo Netto, José Eduardo Nogueira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-20190821-121549/
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Resumo: |
O presente trabalho tem como proposta estudar as inter-relações entre distribuição de renda e mercado interno no Brasil. Para tal, optou-se por verificar qual seria o comportamento de variações macroeconômicas, especialmente inflação, consumo e investimentos, caso seja implementada uma política de re-distribuição de renda que beneficie os estratos mais pobres da população. A fim de estudar esse tema central com maior profundidade e conhecimento, analisa-se a distribuição de renda nos seus aspectos funcional e pessoal. O primeiro é uma contribuição a esse tema que ainda é pouco explorado na literatura econômica nacional. A repartição da renda nacional entre lucros (incluindo outras rendas que não o salário) e salários no Brasil não é tão desfavorável aos salários como se tem veiculado em algumas publicações nos últimos anos. Embora em comparações internacionais ainda seja baixa essa participação, a explicação rígida nas particularidades da economia brasileira quais sejam alta proporção das atividades informais e maior peso da produção primária no produto total. O enfoque pessoal resgata o comportamento da distribuição de renda no Brasil desde 1960, a partir de quando se tem dados do IBGE sobre renda. Mostra-se que a despeito das altas taxas de crescimento do produto entre 1960 e 1980 a desigualdade cresceu insistentemente até 1990, apenas excetuando-se rápidos períodos dentro desse intervalo maior. Relativamente à discussão das inter-relações entre distribuição de renda e mercado interno, está subjacente a proposta de retomada do crescimento sustentado através da distribuição dos rendimentos em favor das camadas menos favorecidas da distribuição. O capítulo dedica parte ao desenvolvimento teórico do assunto, orientado pelas idéias do economista polonês Michal Kalecki. Através da utilização de um modelo baseado em oligopólios, chega-se ao resultado de que uma transferência de renda dos lucros para os salários provoca três desdobramentos principais: aumento do emprego, da produção e dos lucros totais. Outra discussão importante é o estudo do comportamento de variáveis políticas e sua relação com o crescimento e a distribuição de renda. Finalizando, são estudadas três propostas de caráter redistributivo; reforma agrária, investimentos em educação e programas de renda mínima. Verifica-se que, caso haja o aporte prévio de recursos, não há restrições quanto ao comportamento da inflação. Em sintonia com o referencial teórico, estimular-se-ia em maior proporção a produção de bens populares, sobre os quais recairia com maior força o aumento da demanda. |