A adaptação de empréstimos recentes no papiamentu moderno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Menezes, Manuele Bandeira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-26032013-125033/
Resumo: No presente estudo, são investigados os processos fonológicos e morfológicos na adapta ção/nativização de itens lexicais, incorporados no século XX, provenientes de outras línguas (sobretudo do espanhol, holandês, inglês e português) para o papiamentu moderno, língua falada nas ilhas de Aruba, Bonaire e Curaçao por mais de 200 mil pessoas. A partir do corpus formado pela seleção de aproximadamente mil palavras de nativização recente, este trabalho limitou-se aos domínios lexicais do Esporte, Política, Economia, Tecnologia e Desenvolvimento. A escolha teve por objetivo limitar os dados obtidos para apenas itens de empréstimos recentes, ou seja, constituir um corpus com palavras incorporadas a partir do século XX em diante. O material utilizado para pesquisa foi retirado de fontes como manuais e livros de esporte (DANIELS, 1986; PERSAUD, 1992; COSTER, 2010); guias e livros sobre política e economia (HOYER, 1944; SINDIKATONAN, 1985; HEILIGERSHALABI, 1988; KOMERSIO, 1996); jornal impresso Èxtra (2011), produzido e vendido em Curaçao; dicionário bilíngue papiamentu/inglês (RATZLAFF-HENRIQUEZ, 2008). A análise de itens lexicais de adaptação recente buscou avaliar se os empréstimos são nativizados segundo o padrão linguístico do papiamentu ou se há uma gramática especial para estas palavras (PARADIS & LABEL, 1994; PARADIS, 1996; KENSTOWICZ, 2001; KENSTOWICZ & SUCHATO, 2004) e também buscou identicar os padrões fonológicos e morfológicos existentes na adaptação. Para realizar tais propósitos, os itens lexicais coletados das fontes escritas foram gravados com pelo menos dois falantes nativos (para cada palavra). Posteriormente, deu-se início ao processo de análise de dados que foi baseado em padrões de correspondência de som entre palavras do papiamentu e palavras de empréstimo de outras línguas. Foram coletados 930 itens relativos ao empréstimo recente. Desse número total, pôde-se traçar, em 892 palavras, uma única língua fonte, enquanto que 38 itens ou são palavras resultantes do processo de hibridismo, em que o item lexical é formado por palavras fontes de duas ou mais línguas ou possuem mais de um étimo possível. Ao analisar os números obtidos pelo espanhol e português em todos os campos lexicais, constata-se que tais línguas são as que mais participam no processo de empréstimo de itens lexicais para o papiamentu. Esse predomínio sinaliza que o papiamentu moderno ainda é inuenciado pelas línguas que formaram o seu superstrato, embora não se possa ignorar a presença de um número signicativo de itens de étimo holandês e inglês na formação de seu vocabulário recente. Tendo como embasamento teórico a Teoria de Restrições e Estratégias de Reparo (TCRS), proposta por Paradis (1988) e a Teoria da Similaridade Perceptual (STERIADE, 2002; FLEISCHHACKER, 2001, 2002; WALKER 2003), o estudo conrmou que a informação segmental tende a ser maximamente preservada. O apagamento não foi o recurso mais usado, ocorrendo apenas quando era necessário evitar a violação de uma restrição na L1. Além disso, os falantes tendem a maximizar a similaridade perceptual entre a forma adaptada e o input estrangeiro nos processos de empréstimo.