Comunicação contra-hegemônica com perspectiva  emancipatória: experiências argentinas e brasileiras no século XXI

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Marcos, Patrícia Sheila Monteiro Paixão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-02072021-112602/
Resumo: Há séculos os segmentos sociais explorados no continente latino-americano lutam para que suas vozes sejam ouvidas e respeitadas. Em um cenário em que o sistema de comunicação é dominado por poucos atores ligados aos interesses daqueles que estão no poder desde o período colonial, os veículos jornalísticos que se propõem a destacar as narrativas dos grupos oprimidos tornam-se uma das poucas alternativas para a reflexão crítica. Eles podem ser chamados de \"contra-hegemônicos\" (com base no conceito de contra-hegemonia que Raymond Williams propôs a partir da teoria gramsciana), no sentido que colaboram para reverter as condições de marginalidade impostas a amplos estratos sociais por aqueles que detêm temporariamente a hegemonia. Essa pesquisa estuda 14 iniciativas de jornalismo contra-hegemônico na Argentina e no Brasil na contemporaneidade, com o recorte temporal de março de 2016 a dezembro de 2020, um período bastante intenso em termos políticos, econômicos e sociais nas duas nações. Essas iniciativas foram pesquisadas por intermédio de entrevistas semiestruturadas, com seus representantes, e através da pesquisa de campo, com visitas a algumas redações. Os veículos são analisados segundo a prática de jornalismo e emancipação proposta pelo professor Dennis de Oliveira, a partir dos aportes teóricos de Paulo Freire, Adelmo Genro Filho e Oscar Jara. O jornalismo emancipatório prevê uma dialogia nas ações de comunicação que se pretendam libertadoras, a fim de que haja uma conscientização coletiva. Trata-se de um caminho para que a comunicação contra-hegemônica tenha adesão e legitimidade. Além de avaliar as iniciativas estudadas com a perspectiva emancipatória, o presente estudo buscou registrar a trajetória desses veículos, apontar suas estratégias e ações diante do cenário político e social (no período temporal delimitado) e as semelhanças e particularidades entre suas atuações no Brasil e na Argentina, afora os desafios que precisam ser vencidos para que suas atividades possam ser realizadas com mais segurança.