Uma luta científico-social desproporcional: colonialidade e branquitude na fundação da USP e ensino superior na Imprensa Negra Paulista (1924 1937)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Rocha, Mariana Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
USP
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-09102023-100310/
Resumo: À luz dos estudos críticos da branquitude e de perspectivas críticas sobre a colonialidade, o presente trabalho interpreta a maneira como o racismo influenciou a concepção da Universidade de São Paulo (USP) e analisa as referências ao ensino superior presentes nas agendas políticas de seus fundadores e da Imprensa Negra Paulista entre os anos de 1924 e 1937. A pesquisa foi elaborada a partir de dois conjuntos de fontes, o primeiro constituído por textos e discursos dos fundadores da USP e o segundo composto pelos jornais O Clarim da Alvorada, Progresso e A Voz da Raça. Verificou-se que em ambos os grupos o ensino superior esteve conectado aos seus respectivos ideais de nação definidos a partir de posições radicalmente distintas a respeito dos sentidos de raça, do lugar dos negros na sociedade brasileira e do papel da ciência ou da cultura douta na sociedade. A relação de proximidade com o Estado possibilitou que um desses grupos configurasse suas perspectivas na forma de uma instituição. A fundação da USP concretizou, aprofundou e institucionalizou a diferença entre eles constituindo-se como parte importante do processo brasileiro de construção social da raça nos anos 1930.