Análise do efeito de áreas protegidas sobre a estrutura e composição da paisagem no contexto de expansão agropecuária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Carvalho, Soraya Joussef
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18139/tde-23042025-155530/
Resumo: Dado o cenário de mudanças climáticas e perda de biodiversidade, as áreas protegidas podem ser mecanismos eficientes para frear o desmatamento e manter os fluxos biológicos das paisagens. No entanto, com o avanço da agropecuária intensiva em terras públicas, a vegetação nativa de habitat terrestres dessas áreas se encontra em ameaça, colocando em risco a biodiversidade e os seus serviços ecossistêmicos associados. O presente estudo visou analisar o efeito da expansão do agronegócio na composição e configuração da paisagem em áreas protegidas (AP) localizadas em duas fronteiras agrícolas inseridas em biomas essenciais para a manutenção da diversidade biológica e mitigação das mudanças climáticas: o Cerrado, na sub-região de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA) e a Amazônia, na sub-região do Amazonas, Acre e Rondônia (AMACRO). A investigação consistiu em duas partes: levantamento das terras indígenas e unidades de conservação (UC) de proteção integral e uso sustentável para avaliar a dinâmica da vegetação nativa sujeita à pressão agropecuária em áreas protegidas nos anos de 1990, 2000, 2010 e 2020; e comparação de grupos de áreas protegidas e não protegidas para averiguar a efetividade em evitar a perda de vegetação nativa no ano de 2020. Após o estabelecimento das AP, 70,8% dessas demonstraram estabilidade ao longo das décadas em relação à perda de vegetação nativa em MATOPIBA e, para AMACRO esse valor foi de 77,2%. Além disso, verificou-se que 20% das AP em MATOPIBA e 10,6% na AMACRO todas UC do grupo de Uso Sustentável possuíam, em 2020, um percentual de vegetação natural abaixo de 70%, limiar adotado como mínimo desejável para fins de conservação de espécies sensíveis às mudanças no uso da terra. Na segunda etapa foi constatado que, de um modo geral, os diferentes grupos de AP da AMACRO se diferenciam dos grupos de áreas não protegidas. Já em MATOPIBA, o grupo de UC de Uso Sustentável não demonstrou diferença significativa quando comparado com os grupos de área externa. Fica evidente que as AP são cruciais para conservação da vegetação nativa, no entanto, a eficácia das UC de Uso Sustentável em contextos de alta pressão agrícola pode estar comprometida, demandando estratégias de gestão, fiscalização e manejo mais robustas para garantir a conservação da biodiversidade.