Níveis transcricionais no ambiente folicular ovariano de fêmeas Bos indicus com alta e baixa contagem de folículos antrais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lima, Marina Amaro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10132/tde-08042020-165838/
Resumo: A contagem de folículos antrais (CFA) tem sido associada a performance reprodutiva em bovinos. Em fêmeas taurinas, a maior CFA é associada positivamente a taxas de gestação e a melhor produção in vivo e in vitro de embriões. Contrariamente, a CFA em fêmeas indicinas apresenta correlação negativa com as taxas de gestação após transferência de embriões produzidos in vitro ou inseminação artificial em tempo fixo. Os aspectos biológicos que intermediam a relação da CFA com a reprodução ainda são desconhecidos. Sabe-se que o desenvolvimento folicular pode ser regulado tanto por fatores moleculares quanto hormonais. Este estudo teve como objetivo investigar a expressão gênica nos oócitos e nas células do cumulus (CC), bem como avaliar os níveis séricos de estradiol de fêmeas de baixa CFA (B-CFA) e alta CFA (A-CFA) utilizando novilhas Nelore (Bos taurus indicus) como modelo experimental. Novilhas Nelore (n=48) tiveram a onda folicular ovariana sincronizada. No dia 5, a CFA foi realizada e os 10 animais com menor e os 10 com maior CFA foram selecionados para formar respectivamente os grupos de B-CFA (número de folículos <30, AFC = 24 ± 4.73) e A-CFA (número de folículos >60, AFC = 72.3 ± 15.67). Ainda no dia 5, amostras de sangue foram coletadas e os complexos cumulus-oócito foram recuperados por aspiração folicular. As CC e os oócitos foram separados por pipetagens consecutivas. Vinte amostras (pools) de 10 oócitos (1 por animal) e 20 amostras (pools) das CC dos respectivos oócitos (1 por animal) foram usadas para extração de RNA, síntese de cDNA e avaliação da expressão de 95 genes por PCRq- TR. As médias de expressão gênica normalizadas, usando o PPIA como gene de referência, foram comparadas pelo teste T de Student, sendo consideradas significantes quando P≤0,05. Nos oócitos, 11 genes foram expressos diferencialmente, incluindo 8 com expressão aumentada (BMP15, HAS2, EGFR, NPR3, H1FOO, IGFBP2, GAPDH e HSF1) e 3 com expressão diminuída (TFAM, PRDX3 e XBP1) no grupo de B-CFA, comparado ao grupo de A-CFA. Coletivamente, estes genes são relacionados a comunicação intercelular, controle meiótico, modulação epigenética, recrutamento folicular, manutenção, estresse e respostas celulares ao estresse. Nas CC, um total de 27 genes foi diferencialmente expresso entre os grupos. As CC dos animais de B-CFA tiveram expressão elevada de genes associados ao controle meiótico (RGS2, NPR3 e NPR2) e modulação epigenética (DNMT3A, HDAC2 e PAF1), bem como de genes associados a funções como comunicação intercelular, divisão, respostas ao estresse, entre outras (EGFR, CDK6, PA2G4, IGF1R, GSK3A, ATPL5, TFAM, PFKP, CASP9, STAT3, XBP1, HSP90AA1, HSPA5, HSPD1 e SOD1). Contrariamente, FSHR, ARO, PTGS2, GAPDH, SREBF1 e NFKB2 estavam com expressão diminuída em B-CFA comparado ao grupo A-CFA. Estes resultados indicam que células foliculares distintas possuem diferentes padrões transcricionais em fêmeas de B-CFA e A-CFA. Além disto, os animais de B-CFA apresentam maiores quantidades de estradiol circulante do que os animais de A-CFA (24,4 pg/mL ± 10,2 e 14,9 pg/mL ± 3,6, respectivamente). Apesar deste trabalho não possibilitar um estabelecimento de relação de causa-consequência, tanto os padrões transcricionais quanto de estradiol possivelmente estão associados a performances reprodutivas relatadas na literatura.