Existências em produção de cuidado: colheita de vestígios da alma e dos efeitos dos encontros em espaços micropolíticos da rede básica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Livorato, Fátima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6143/tde-20122023-110413/
Resumo: Nesta viagem cartográfica, com bagagens de décadas, encontramos com múltiplas existências pelo caminho, sentimos e produzimos afetos, nos entregamos. Foi um ano e meio na Rede Básica com o propósito de recolher os efeitos dos encontros com moradores dos territórios e trabalhadores de duas unidades de saúde da família, que compõem a Rede Básica (RB) em município do interior de São Paulo, com menos de 100 mil habitantes, bem como com alguns gestores. Uma infinidade de encontros com as vidas, com os modos de cuidar. Uma mistura de espaços nos territórios ampliados para além da saúde, em tempos atravessados pela pandemia e por forças-valores das tensões constitutivas dos encontros entre pessoas sob cuidado e cuidadores. Sentimos cheiros, sabores, dores, derramamos e vimos lágrimas escorrerem pelos rostos, os mesmos que depois escancararam sorrisos, abrimo-nos para escutas e silêncios, dançamos. Os caminhos foram construídos em ato, nos acontecimentos. Aberturas de espaços para contar e pensar as vidas e as práticas de produção de saúde no cotidiano dos serviços. Deixamo-nos afetar nos encontros, buscamos o vivido e o experimentado, com recolhimento dos seus efeitos ao longo da jornada, novas bagagens entraram e outras foram deixadas de lado. As dobras e as saídas, o efeito desorganizador do neoliberalismo sobre a política pública de saúde, as vidas de usuários e dos trabalhadores da RB. O esgotamento dos modos de viver, e também os modos de resistências cotidianas. Desejos vivos e busca de saídas. Ao longo da viagem, nos encontros, ficou em mim, a sensação de possibilidade real de acúmulo de força coletiva de trabalhadores, na convivência se mostraram mais dispostos para a produção de processos de cuidado, tentam resistir aos processos de subjetivação subordinada. Terreno fértil em disputa, que pode pender para o lado do cuidado, desde que haja apoio e processos de educação permanente, e os usuários sustentam os mesmos desejos. Como participante de cenas em ato, implicada com o cotidiano, conectei-me e produzi conhecimento junto, e por fim disponibilizo os resultados produzidos em defesa das vidas, de todas as vidas!