Modelagem de serviços ecossistêmicos hídricos em uma microbacia do alto Corumbataí

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lattari, Paulo Georges Zein
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11152/tde-15072019-171034/
Resumo: A água é elemento essencial à vida e seus múltiplos usos estão relacionados ao abastecimento humano e ao desenvolvimento de suas atividades agrícolas e industriais. Mesmo dispondo das maiores reservas, o Brasil enfrenta problemas relacionados a escassez hídrica, uma vez que essas encontram-se distantes da maior parte da população e muitos dos mananciais apresentam degradação de sua paisagem e assoreamento de seus reservatórios, o que pode impor dificuldades ao desenvolvimento econômico e social. Investimentos em capital natural (infraestrutura verde) nas regiões de mananciais das grandes cidades podem aumentar a oferta de serviços ecossistêmicos hídricos (SEH) com benefícios para a população como a regularidade no fornecimento e aumento de sua qualidade. A paisagem rural inserida nessas regiões desempenha importante papel, não somente relacionado ao fornecimento de bens e produtos agrícolas, mas também à manutenção das funções ecossistêmicas do ambiente e sua consequente geração de SEH. Os atuais programas de pagamentos por serviços ambientais possibilitam que o planejamento conservacionista da paisagem rural, em termos de controle de erosão, possa ser passível de remuneração, à medida que garante a oferta de SEH. O objetivo desse estudo foi avaliar a modelagem espacial de serviços ecossistêmicos hídricos em uma microbacia hidrográfica do interior do estado de São Paulo, identificando áreas prioritárias com a melhor relação custo-efetividade para investimentos em capital natural e retorno em SEH, fornecendo subsídios para implantação de políticas públicas de PSA na região. Foram utilizados os módulos pertencentes aos softwares RIOS e InVEST do Natural Capital Project, sendo o primeiro para identificação das áreas prioritárias e o segundo para estimativas dos benefícios de cada cenário em termos de redução percentual de exportação de sedimentos. De acordo com o método utilizado, a exportação de sedimentos do cenário atual para a microbacia estudada foi de aproximadamente 5,9 ton.ha-1.ano-1. O cenário futuro que melhor alocou áreas para restauração florestal correspondentes a 25, 50 e 100 ha foram aqueles gerados de forma automática, sem restrições preferenciais. Os valores de redução foram, respectivamente, 18,21%, 21,19% e 33,56%. Ao inserir no modelo áreas de transição agrícola equivalentes a 100, 200 e 300 hectares e combiná-las com áreas de transição floresta de 100 ha, os valores de redução na exportação de sedimentos estimados para um cenário futuro de aumento da oferta de SRH foram, respectivamente, 41,08%, 47,18% e 52,37%. A modelagem permitiu alocar de forma eficiente as áreas prioritárias de transição florestal para um cenário futuro de controle de erosão e sedimentação e, uma vez que compõe a maior parte da paisagem, atividades de transição nas áreas agrícolas geraram boas respostas na redução de exportação de sedimentos quando combinadas com atividades de restauração florestal, o que indica a importância de um planejamento conservacionista da paisagem como um todo.