Fronteiras da italianidade: língua, identidade e representação no macarronismo ítalo-paulistano dos periódicos humorísticos (1911-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Scabin, Rafael Cesar Cabral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-17012024-184210/
Resumo: Uma das consequências do deslocamento massivo de migrantes para São Paulo, entre o fim do século XIX e início do século XX, foi o desenvolvimento de diferentes modalidades de contato linguístico entre estrangeiros de várias nacionalidades e os habitantes locais. Essa situação de contato linguístico também foi transposta para a ficção. A linguagem usada para representar o modo de falar dos estrangeiros que misturavam sua própria língua com o português é também conhecida como macarronismo. Esta pesquisa analisa colunas humorísticas paulistanas publicadas entre 1911 e 1930, escritas com línguas macarrônicas que representam a fala dos ítalo-paulistanos. Um de nossos principais objetivos é examinar por que é imprescindível considerar essa(s) língua(s) macarrônica(s) em sua especificidade de representação literária. Na mesma direção, veremos como essa representação inscreve-se no contexto histórico-cultural da migração italiana em São Paulo, especialmente na demarcação de fronteiras identitárias. A partir de uma concepção dialógica da linguagem e do enunciado literário, a compreensão dos sentidos do texto é buscada nas relações sociais. O ponto de partida da pesquisa é buscar compreender de que maneira Juó Bananére e outras personagens que usam uma linguagem macarrônica ítalo-paulistana se relacionam com o contexto linguístico e identitário da migração italiana na cidade de São Paulo. O conceito central utilizado para analisar a relação entre obra e contexto é o de gênero discursivo, na perspectiva bakhtiniana. O corpus da pesquisa é composto por um conjunto de textos cômicos, publicados em periódicos humorísticos paulistanos entre 1911 e 1930, os quais categorizamos como caricaturas verbais de tipos, a partir de uma óptica discursiva. Um dos objetivos da pesquisa é retirar da sombra algumas das personagens menores desse gênero, que, diferentemente de Juó Bananére, não sobreviveram à prova do tempo. Essas personagens menos conhecidas permitem entender melhor a produção de Juó Bananére e o gênero discursivo como um todo. Nesse sentido, foi realizado um mapeamento da presença de caricaturas verbais de tipos em duas revistas paulistanas em língua italiana, Il Pasquino Coloniale e Il Moscone. As colunas selecionadas foram disponibilizadas em um repositório digital, para que outros pesquisadores possam utilizá-las.