Avaliação do perfil inflamatório dos pacientes pediátricos com asma grave e sua correlação com o controle da doença e parâmetros funcionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Eller, Miriam Cardoso Neves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-15082018-084808/
Resumo: Introdução: Os mecanismos fisiopatológicos da asma grave resistente ao tratamento (STRA) em crianças não está totalmente elucidado e parece diferir do observado em adultos, justificando investigações específicas neste grupo de pacientes. O escarro induzido é método útil para identificar fenótipos e endotipos de asma grave através de marcadores inflamatórios. O objetivo deste estudo foi investigar os padrões inflamatórios de crianças com STRA através escarro induzido e comparar com um grupo de crianças com asma grave que atingiram o controle. Métodos: Crianças (6-18 anos) com diagnóstico de asma grave (critério GINA) em tratamento a pelo menos 6 meses em um centro de referência foram avaliadas em um coorte prospectivo por 3 meses (3 visitas consecutivas). Foi averiguada técnica inalatória, adesão ao tratamento e investigado as principais comorbidades. Realizado coleta de escarro induzido para análise citológica e avaliação quantitativa de citocinas do sobrenadante, espirometria, pletismografia e medidas da FeNO. Após período de seguimento, os pacientes foram classificados em dois grupos: asma grave controlada e asma grave resistente ao tratamento conforme critérios da ATS/ERS. Resultados: Foram incluídos 40 pacientes (idade média 12,8 anos; 62,5% sexo masculino), sendo 13 (32,5%) classificados como STRA após o período de seguimento. A mediana do número de exacerbações foi maior e do escore de ACT menor nos pacientes STRA e esta diferença foi significativa. Não foram encontradas diferenças significativas: nos dados demográficos, nos parâmetros funcionais espirométricos e de pletismografia (CVF, VEF1, VEF/CV, FEF 25-75%, LTC, RV, RV/LTC, resistência e condutância das vias aéreas) e nos valores de FeNO quando comparado o grupo de pacientes controlados com o de STRA. O padrão inflamatório eosinofílico foi predominante nos dois grupos de pacientes, entretanto, o grupo STRA apresentou porcentagem proporcionalmente maior de neutrófilos no escarro comparados com o grupo de asma grave controlada, na visita 3 e também na visita 1 quando analisados retrospectivamente (p < 0,05). As medianas nos níveis das citocinas IL10, GM-CSF, INFy e TNFalfa no escarro foram significativamente maiores no grupo STRA quando comparado ao grupo controlado (p < 0,05) e o GM-CSF e TNF-alfa apresentaram correlação inversa com escore de ACT. Conclusão: Nesta coorte prospectiva, os parâmetros funcionais e a FeNO não discriminaram crianças com STRA dos que atingiram o controle. A presença de neutrófilos no escarro e das citocinas IL10, INFy e, particularmente, GM-CSF e TNFalfa podem ter para um papel na resistência ao tratamento da asma grave em crianças e adolescentes. Antagonistas específicos dessas citocinas podem no futuro representar uma estratégia na terapêutica