A interação Spiroplasma - Lipaphis pseudobrassicae Davis (Hemiptera: Aphididae): efeito na biologia e utilização de plantas hospedeiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fortuna, Letícia Slongo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-22032019-142302/
Resumo: Os insetos são conhecidos por estabelecer relações de simbiose com bactérias há muito tempo, mas o papel das associações secundárias ainda é pouco conhecido, e por isso há necessidade de avaliações continuadas dos efeitos dessas interações nos insetos hospedeiros. Assim, esse trabalho teve como objetivo a caracterização da diversidade de simbiontes associados ao pulgão Lipaphis pseudobrassicae Davis (Hemiptera: Aphididae), bem como o efeito dessas associações na biologia e utilização hospedeira por esse inseto. Linhagens clonais de L. pseudobrassicae estabelecidas em laboratório foram submetidas a PCRs diagnósticos para a verificação da associação a simbiontes secundários, sendo selecionadas cinco linhagens clonais infectadas exclusivamente por Buchnera (S-) e cinco linhagens clonais infectadas pelo simbionte secundário Spiroplasma (S+). Assim, as linhagens clonais S- e S+ foram utilizadas para condução de estudos de biologia comparada em duas plantas hospedeiras, Brassica oleracea var. capitata (repolho 60 dias) e Brassica oleracea var. acephala (couve manteiga Geórgia), para a verificação do efeito da infecção por Spiroplasma na biologia e utilização hospedeira por L. pseudobrassicae. O delineamento experimental foi em blocos completamente casualizados, sendo isolinhagem e planta hospedeira tratados como fatores, com o fator infecção sendo aninhado ao fator isolinhagem. Os pulgões foram avaliados quanto à sobrevivência (%) e duração da fase ninfal de desenvolvimento (dias), fecundidade diária e total (número de ninfas por fêmea) e longevidade (dias). Para a avaliação da duração da fase ninfal, ninfas neonatas (10) de cada linhagem clonal S- e S+ foram utilizadas na infestação das plantas hospedeiras selecionadas. A mortalidade das ninfas foi inicialmente avaliada 24 horas após a sua transferência para as plantas hospedeiras para se verificar a mortalidade devido à manipulação, tendo a sua sobrevivência avaliadas diariamente para observação da mortalidade e duração da fase ninfal. Cada grupo de dez ninfas de cada linhagem clonal, inoculada em cada planta hospedeira foi considerada uma repetição biológica, sendo utilizadas 12 repetições/tratamento (=120 insetos/tratamento). Para a avaliação do efeito da infecção por Spiroplasma no potencial reprodutivo de L. pseudobrassicae, quando utilizando diferentes hospedeiros, fêmeas recém-emergidas de cada linhagem clonal foram individualizadas em plantas de cada hospedeiro estudado para a observação de sua capacidade reprodutiva e longevidade. Foram utilizadas 25 repetições (1 fêmea = 1 repetição) para cada tratamento (infecção/isolinhagem/planta hospedeira). Os pulgões foram avaliados diariamente para contabilização da fecundidade (número total de ninfas/fêmea), longevidade (dias) e duração da fase reprodutiva do adulto. Os resultados obtidos indicaram que infecções de L. pseudobrassicae por Spiroplasma não influenciaram os atributos de duração da fase ninfal, duração da fase reprodutiva, longevidade e fecundidade quando utilizando couve ou repolho. A sobrevivência ninfal foi afetada pela interação isolinhagem x planta. Nesse caso, linhagens clonais de L. pseudobrassicae, infectadas ou não por Spiroplasma, diferem entre si quando explorando couve como planta hospedeira. Além dessa variável, os parâmetros avaliados pela tabela de vida demonstraram sofrer efeito da isolinhagem (aninhada à infecção), e de algumas interações (isolinhagem x planta, planta x infecção). Assim, concluímos que Spiroplasma interfere apenas nos parâmetros avaliados através da tabela de vida.