Geologia, Petrografia e metamorfismo dos Grupos Serra do Itaberaba e São Roque a noroeste da cidade de São Paulo (SP)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Martin, Marco Aurélio Bonfá
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44135/tde-05102015-140256/
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo principal a petrografia dos grupos Serra do Itaberaba e São Roque a noroeste da cidade de São Paulo. Os estudos petrográficos enfatizaram as relações de cristalização dos minerais com as foliações (análisemicroestrutural) acompanhados do estudo do metamorfismo para a caracterização litoestratigráfica dos grupos São Roque e Serra do Itaberaba. Esses procedimentos permitiram demonstrar a existência do Grupo Serra do Itaberaba (Mesoproterozóico),que constitui a base das supracrustais e subdivide-se nas formações Morro da Pedra Preta, basal e vulcanossedimentar, Nhanguçu, representada por sedimentos manganesíferos e carbonáticos, e Pirucaia, composta por sedimentos clásticos maisquartzosos. O Grupo São Roque (Neoproterozóico) foi caracterizado na região como posicionado discordantemente sobre o Grupo Serra do Itaberaba através de zonas de empurrão. Está representado por uma seqüência predominantemente metassedimentaronde foram individualizadas, na base, a Formação Morro Doce, contendo metarcóseos e metaconglomerados depositados em ambiente de leques aluviais, e a Formação Pirapora do Bom Jesus, de ambiente vulcanossedimentar e com contribuiçãocálcio-pelítica e carbonática. Segue a deposição da Formação Boturuna, que apresenta metarenitos feldspáticos e quartzitos depositados em ambiente litorâneo e que grada para depósitos de base de talude com metapelitos rítmicos mais grossos eproximais que constituem a Formação Estrada dos Romeiros, e de metapelitos mais finos e distais da Formação Piragibu, na porção superior. Nas supracrustais verificou-se que não ocorre a gradação do metamorfismo, sendo identificados doisconjuntos de rochas afetados por graus metamórficos e deformações distintas, quais sejam: os grupos Serra do Itaberaba e São Roque. No Grupo Serra do Itaberaba, as rochas metabásicas têm paragêneses de grau médio, sendo que predominaram durantea \'S IND.1\' ) condições de fácies anfibólito com variações para fácies epídoto-anfibolito, na porção sul da área, até anfibólito superior, subfácies almandina-anibolito, na região do Stock Granítico Tico-Tico. A identificação de cianita sin-\'SIND.1\' parcialmente transformada para silimanita durante a evolução do metamorfismo progressivo nos metapelitos e metapsamitos do grupo permitiu definir a pressão como intermediária em regime Barrowiano. A foliação \'S IND.2\' do Grupo Serra doItaberaba é intensa e muitas vezes pode ser caracterizada como milonítica. O metamorfismo na \'S IND.2\' também se desenvolveu em fácies anfibolito, mas em pressão relativamente mais baixa, caracterizada devido à ausência de cianita nosmetapelitos neste evento. Nas foliações \'S IND.3\' e \'S IND.4\', o Grupo Serra do Itaberaba sofreu retrometamorfismo em condições de fácies xisto-verde, com cristalização de actinolita, epídoto, clorita e calcita nas rochas metabásicas, enquantoque nos metapelitos e metapsamitos se desenvolveram muscovita, clorita e quartzo e, mais raramente, biotita. O Grupo São Roque apresenta, nas rochas metabásicas, paragêneses típicas de fácies xisto-verde na foliação \'S IND.1\', tanto na FormaçãoPirapora do Bom Jesus, base do grupo, como nas formações Estrada dos Romeiros e Piragibu, no topo, onde é comum ocorrer clinopiroxênio ígneo preservado. Na foliação \'S IND.2\' houve poucas variações das condições físicas, mas a cristalização maisforte de epídoto e clorita define o retrometamorfismo. Durante o desenvolvimento da foliação \'S IND.1\' nos metapsamitos das formações Morro Doce e Boturuna e nos metapelitos e metarritmitos das formações Estrada dos Romeiros e Piragibu o graumetamórfico atingiu apenas a zona da clorita. A biotita somente está presente em metarcóseos ou em rochas ricas em feldspato potássico enquanto que nas intercalações de metapelitos há apenas clorita, indicando que a zona da biotita não foi ) alcançada nos litotipos do Grupo São Roque. Nas foliações \'S IND.2\' e \'S IND.3\' não foram constatadas mudanças significativas das condições físicas, sendo definido o retrometamorfismo com base na cristalização menos abundante debiotita \'S IND.2\' na Formação Morro Doce e de sericita nas formações Estrada dos Romeiros e Piragibu.