A emergência do discurso dos sem universidade no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Custódio, Sérgio José
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-08122014-101118/
Resumo: O objetivo da dissertação é caracterizar o processo de emergência do discurso dos Sem Universidade no Brasil. Para tanto, vale-se da observação da presença histórica dos discursos sobre as relações raciais no Brasil, como o embranquecimento, o mulatismo, a negritude, o indigenismo e o discurso dos povos indígenas no geral, e, em particular da percepção da reprodução, ocorrência, ecos, rumores desses respectivos discursos em um corpus específico, fruto de experiências de projetos de educação popular, realizados em cursinhos populares na periferia de São Paulo, no ano de 2003, com participantes egressos da escola pública e que não tiveram acesso às alterações de políticas educacionais relativas à incorporação transversal do ensino de história, cultura africana e dos povos indígenas na educação básica, obrigatórias apenas a partir de 2003 na letra da lei nacional. A pesquisa tem abordagem interdisciplinar e fundamentação teórica baseada nos estudos de análise de discurso, particularmente na categoria de interdiscurso. A metodologia vale-se da construção de um quadro de restrição semântica, da análise do corpus, do estabelecimento de relações com fontes semióticas complementares. Como resultado, o estudo indicou a presença do discurso de novíssimos sujeitos sociais, sua dimensão coletiva, sua imbricação institucional e a emergência do discurso do MSU, dos Sem Universidade, como indicia a luta comum por isenção de taxas dos vestibulares, por novas universidades públicas, pela criação de um sistema público de bolsas de estudos o PROUNI, por uma reforma universitária popular, pelo ENEM como critério de acesso à universidade, pela aprovação da Lei de Cotas no Brasil (lei 12.711/12), pela instalação das Conferências Nacionais de Educação e pelo Plano Nacional de Educação no Brasil.