O cidadão de bem vai à escola: discursos, sujeitos e antagonismos na rede municipal de ensino de São Paulo entre 2018 e 2022

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Rafael Ferreira de Souza Mendes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100134/tde-18012024-160254/
Resumo: Essa tese estuda a escalada dos antagonismos políticos nas escolas públicas municipais de São Paulo no cenário de emergência das novas direitas, entre os anos de 2018 e 2022. A formação discursiva ultraliberal-conservadora tem reivindicado a gramática institucionalista da escola (da cidadania aos direitos humanos) e, ao mesmo tempo, deslocado os consensos que embasaram seu sentido na sociedade civil desde a redemocratização. Esta tese investiga os efeitos da difusão desse repertório antiesquerdista sobre o pacto educativo. Com este objetivo, analiso o impacto causado na vida escolar pelo engajamento de sujeitos que veem no perfil progressista dos professores um obstáculo aos projetos educativos de suas famílias. O foco recai na interação entre estas e os educadores, particularmente os freireanos, cujo projeto escolar, oriundo da educação popular, é contestado por uma representação conservadora do povo brasileiro. O trabalho é uma reflexão sobre as promessas e dilemas da democratização da escola num tempo de incertezas que fazem dela um terreno fértil para a radicalização conservadora, o desengajamento educativo e a ressignificação das utopias pedagógicas.