Desenvolvimento de modelo para cálculo de custo de produção e de análise da sustentabilidade na bovinocultura de corte a pasto

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Reis, Beatriz Queiróz dos
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Economic results; Environmental assessment; Gestão Ambiental; Pasture systems; Resultados econômicos; Ruminantes; Ruminants; Sistemas extensivos
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10135/tde-22022021-122115/

Esta dissertação teve por finalidade desenvolver um modelo de cálculo para estimar: a) o custo de produção de bovinos a pasto, nas fases de recria e terminação; e b) avaliar a sustentabilidade ambiental dos sistemas de produção, utilizando a síntese em emergia. Para o desenvolvimento do modelo proposto foi realizado o estudo de caso e o modelo foi desenvolvido através do software Excel®. Todos os itens foram considerados e alocados, de acordo com os preceitos da Teoria Econômica, em Custo Fixo (CF), Custo Variável (CV) e Custo Total (CT). Em relação a síntese em emergia, os indicadores calculados foram Renovabilidade (Ren%), Índice de sustentabilidade em emergia (ESI), Razão de intercâmbio emergético (EER), Razão de rendimento emergético (EYR), Razão de investimento emergético (EIR), Razão de carga ambiental (ELR) e a Transformidade. O custo total por cabeça de bovino produzido foi de R$ 2.155,18. Quando analisados os fatores que mais influenciam o CT, o CV representa 66% desse valor. O custo com a aquisição dos animais, incluso no custo variável, é o fator mais representativo do custo de produção, tendo sido de 59% do CT para a propriedade analisada. Quando analisada do ponto de vista ambiental, pode-se observar que a propriedade tem uma Renovabilidade de 47,61%, ou seja, de toda a emergia utilizada, quase a metade é proveniente de recursos renováveis. O ESI avalia a carga sobre o meio ambiente pela demanda de recursos não renováveis para se obter o maior rendimento possível, sendo que o resultado para este índice foi de 1,74. O EER indica o nível de equilíbrio das relações de troca entre a emergia do produto e a emergia da receita bruta, tendo apresentado o valor de 12,45, indicando que o sistema entrega 12 vezes mais emergia do que recebe em forma monetária. Na propriedade analisada, o sistema é altamente dependente dos recursos da economia. Entre os recursos não renováveis, o que mais impacta o sistema é o combustível utilizado para os serviços de manejo de pastagem. Para a síntese em emergia este recurso representa 51,19% da emergia total, porém do ponto de vista econômico este recurso representa apenas 1% do custo total de produção. Se melhorado por meio de técnicas o manejo das pastagens, utilizando adequada taxa de lotação, por exemplo, o sistema seria menos dependente desse insumo. O modelo proposto foi capaz de estimar os custos para a propriedade, e para os diferentes lotes de bovinos dentro dela. Além disso, foi possível alocar os custos por cabeça de bovino e por arroba produzida. Por meio dos índices emergéticos foi possível analisar o sistema de bovinos sob uma perspectiva ambiental, permitindo ao pesquisador auxiliar o produtor rural na adoção de técnicas que melhorem os indicadores de sustentabilidade, hoje altamente cobrados pelo consumidor final. A ferramenta desenvolvida constitui, portanto, um facilitador para o produtor compreender os custos de produção do seu produto, melhorando as chances de negociação.