Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Paes, Carla Rodriguez |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-02022023-113403/
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Resumo: |
A oftalmologia veterinária em aves cresce a cada dia, tanto pela conscientização na conservação, proteção e cuidados das espécies, como também pelo aumento desses animais como pet. O sistema visual desses animais é extremamente especializado e varia de acordo com o estilo de vida, ambiente e principais atividades. Vale salientar que o exame oftalmológico das aves pode ser prejudicado pelo tamanho diminuto dos olhos, dificultando principalmente, a avaliação do segmento posterior. Assim sendo, com o intuito de avaliar fisiologicamente e morfologicamente, estruturas tais como a retina, coroide, pecten, pode-se utilizar exames complementares especializados como eletrorretinografia de campo total (ERG) e tomografia de coerência óptica (OCT). O ERG é um exame pouco invasivo que define a função retiniana, utilizado para avaliação de doenças que cursam com diminuição de visão ou cegueira. É comum a indicação deste exame para cães que serão submetidos à cirurgia de catarata. A OCT é um exame de alta resolução, pouco invasivo e de não contato na maioria dos aparelhos, para avaliação de alterações morfológicas do segmento anterior e posterior, utilizado na medicina, principalmente, por especialistas em vítreo e retina. Com o OCT é possível realizar avaliação qualitativa e quantitativa das estruturas oculares com alta confiabilidade. Na oftalmologia veterinária este exame tem ganhado espaço para avaliar várias espécies, determinando valores de normalidade e detectando doenças oculares. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo - PROTOCOLO No 8241140819. Realizamos os exames de ERG e OCT, nesta ordem, para avaliação da função e da morfologia da retina de 16 araras-canindé (Ara ararauna), adultas, sem idade definida e de ambos os sexos, provenientes do Mantenedor de Fauna Silvestres Fazenda Itaoca (Indaiatuba-SP). Os animais foram submetidos à contenção farmacológica, realizada por sedação com maleato de midazolan (1mg/kg) (Dormire® ) e cloridrato de cetamina 10% (15mg/kg) (Cetamin® ). A midríase medicamentosa foi promovida pela instilação tópica ocular de 1 gota de brometo de rocurônio (10mg/kg) (ROCURON® ) em 3 momentos consecutivos com intervalo de 15 minutos. O ERG de campo total foi realizado após adaptação de 20 minutos ao escuro, dando início a fase escotópica, para avaliação das respostas de bastonetes (-25dB), a máxima resposta (0dB), bright flash (10dB) e os potenciais oscilatórios. Após 10 minutos de adaptação ao claro, para início da fase fotópica, seguimos com a avaliação das respostas de cones (0dB) e flicker (30Hz). Foi obtida a amplitude (µ V) e o tempo de culminação da onda b (ms) das respostas citadas. A OCT foi realizada com os animais devidamente posicionados, com os olhos abertos com auxílio de fitas colantes próximas as rimas palpebrais. Imagens obtidas pelo protocolo linear foram analisadas e selecionadas para mensuração manual, feita no centro da retina, na área entre o pecten e a fóvea, precisamente 2mm desta, das seguintes estruturas: retina total (RT), retina neurossensorial (RN) e complexo de células ganglionares (CCG). Foi realizado análise estatística descritiva com o software Prism 8.0.1 (GraphPad). Para o exame de ERG obtivemos média ± DP das amplitudes das respostas escotópicas: respostas de bastonetes 26.51µV ± 10,70, máxima resposta 197,10µV ± 70,33, bright flash 192,30µV ± 69,98 e potenciais oscilatórios 192,90µV ± 56,86; e respostas fotópicas: respostas de cones 205,60µV ± 50,05 e flicker 30Hz de 48,74µV ± 14,63. As mesmas medidas foram feitas para obter a média ± DP para o tempo de culminação da onda b, sendo obtidas as respostas de: bastonetes 39,18ms ± 11,19, máxima resposta 30,44ms ± 5,11, bright flash 26,71ms ± 5,55, seguidos pelos cones 24,71ms ± 1,099 e flicker de 57,14ms ± 0,9893. Para o exame de OCT, obtive-se a média ± DP das mensurações da RT, RN e CCG, do olho direito e olho esquerdo separadamente. Para o olho direito obtivemos: RT=300,40µm ± 13,94, RN=249,70µm ± 12,66 e CCG=127,80 µ m ± 7,80. E para o olho esquerdo: RT=297,30µm ± 10,75, RN=244,60µm ± 11,81 e CCG=123,40µm ± 7,57. O experimento teve como finalidade, estabelecer o padrão de normalidade, para os exames de ERG E OCT, para a espécie estudada. |