A crítica de Roberto Schwarz (1958-1968): um percurso atravessado pelo golpe de 1964

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Reimberg, Mauricio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-13082019-142838/
Resumo: Esta tese investiga aspectos da configuração do raciocínio crítico de Roberto Schwarz. O principal material de análise são os ensaios sobre formas estéticas e culturais brasileiras redigidos pelo autor entre 1958 e 1968, num período que abrange a sua produção teórica anterior ao exílio na França. No exame deste percurso, pretende-se distinguir os embates contraditórios entre as categorias do crítico e certa experiência histórica ambivalente internalizada pelo romance local, que seria um dado estruturante na reflexão de Schwarz. Num primeiro momento, enquanto essa matéria social já desponta sob o signo difuso do malogro do realismo literário no país, o ponto de vista analítico-interpretativo supõe uma referência comum à noção de obra autônoma como instância congenial à crítica dialética. Às voltas com o golpe empresarial-miliar de 1964, Schwarz buscaria operar de modo incisivo com a sua imediatidade prática. E esse anseio de eficácia política da crítica, ao esbarrar em limites históricos, redefine e acirra os vetores divergentes que vinham caracterizando a sua experiência social do tempo. Desse modo, entrechocam-se ali juízos orientados por uma temporalidade cumulativa e ascendente, disputada em termos políticos radicais - e apoiada na crítica à ordem populista derrotada -, e diagnósticos sobre uma situação presente que parecia se acomodar a si mesma, sem antagonismos de classe nitidamente configurados, redimensionando-se o que Schwarz entendia ser o desdobramento realista da vida.