Cuidados de enfermagem não realizados em unidade de internação clínica e cirúrgica: uso do Misscare-Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Soares, Marina Kühl de Rezende
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-19082022-082210/
Resumo: Cuidados perdidos ou cuidados omitidos é um fenômeno universal, ocorre em múltiplas situações clínicas e ameaça a segurança do paciente em todos os países e culturas. É necessário que o cuidado não realizado seja interpretado dentro de diferentes contextos culturais, em que todos os fatores que levam à omissão sejam reconhecidos e prevenidos. Garantir a segurança do paciente e os resultados de qualidade da assistência de enfermagem é um desafio significativo para os enfermeiros gestores. O objetivo desse estudo foi identificar os cuidados de enfermagem não realizados e as razões atribuídas às omissões na assistência aos pacientes hospitalizados assim como analisar a prevalência da não realização de cuidados por categoria profissional. Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal e de abordagem quantitativa, realizado no setor clínico e cirúrgico de um hospital regional público de nível secundário. A população foi constituída por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem envolvidos na assistência direta ao paciente, com tempo de experiência profissional na instituição superior a três meses e presentes na unidade no período de realização do estudo. A coleta de dados foi feita por meio da aplicação de um instrumento autoaplicável MISSCARE-BRASIL. Utilizou-se estatística descritiva para análise e tratamento dos dados e os testes de Levene e Teste-t para avaliar a homogeneidade. Participaram do estudo 34 profissionais de enfermagem, com predomínio de técnicos em enfermagem do sexo feminino com idade média de 37,2 anos e experiência no cargo superior a 10 anos. A média da carga horária semanal foi de 36 horas. Em relação à satisfação observamos que 73,5% estavam satisfeitos com o cargo, 79,4% satisfeitos com a profissão e 67,6% satisfeitos com o trabalho em equipe. Sobre os cuidados omitidos, observou prevalência de omissão nos cuidados: deambulação três vezes por dia, participação em discussão da equipe interdisciplinar sobre a assistência ao paciente, se ocorre, sentar o paciente fora do leito e mudar o decúbito do paciente a cada duas horas. Este estudo identificou baixa prevalência de omissão de cuidados de alta prioridade, os cuidados mais omitidos foram os de prioridade intermediária. As razões prevalentes atribuídas aos cuidados omitidos foram às relacionadas aos recursos laborais, diretamente ligadas aos recursos humanos. O teste não mostrou diferenças estatisticamente significativas em relação à prevalência de cuidados omitidos entre as categorias profissionais. Este estudo cumpriu o objetivo que se propôs e mostrou que as razões vinculadas com a omissão dos cuidados foram às interligadas aos recursos humanos, inferindo a necessidade de maior atenção à equipe de enfermagem e à dinâmica de trabalho, assim como a necessidade de outros estudos sobre o tema em instituições com diferentes culturas organizacionais e níveis de complexidade.