Vivências de mães de crianças com insuficiência renal crônica: um estudo fenomenológico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Rossi, Leandra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-26072007-150513/
Resumo: O diagnóstico de insuficiência renal crônica (IRC) inaugura para quem o experimenta uma passagem irreversível ao mundo dos doentes, alterando a relação do acometido com seu próprio corpo. Trata-se de uma doença incurável, cujo tratamento consiste em intervenções permanentes ao longo da vida do paciente, como dependência de máquinas para substituição da função renal, intervenções cirúrgicas, ingestão diária de medicamentos e adoção de restrições dietéticas. Os familiares de crianças em tratamento dialítico peritoneal domiciliar têm assumido significativa sobrecarga nos cuidados oferecidos à criança, o que resulta em desgaste emocional, vivências de culpa e estresse familiar. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é compreender as vivências de mães de crianças portadores de insuficiência renal crônica, seus modos de existir frente ao tratamento dialítico e possibilidade de transplante renal. O estudo foi conduzido segundo a metodologia de investigação fenomenológica, que consiste na apreensão do fenômeno tal como ele se manifesta para a pessoa que o vivencia, buscando captar os significados atribuídos por ela ao seu existir. Foram entrevistadas 5 mães de crianças e adolescentes com IRC em tratamento dialítico peritoneal no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto Universidade de São Paulo (HC/FMRP-USP), a partir da questão norteadora: \"Como a senhora vem vivenciando esse momento na sua vida?\". As entrevistas foram analisadas segundo o método de análise da estrutura do fenômeno situado, proposto por Martins & Bicudo (1989), Giorgi (1985) e Valle (1997), revelando-se as seguintes categorias temáticas: inaugurando o existir com a doença e o tratamento do filho; integrando-se ao cotidiano de tratamento: significar para conviver; cuidando do filho: proporcionar e legitimar sua vitalidade; reconhecendo o próprio enfrentamento: buscas e conquistas, e um vislumbre sobre os vínculos - memoráveis alianças: das conquistadas às rompidas. Foi utilizado como referencial teórico algumas idéias de Martin Heidegger, bem como de outros autores que se fundamentaram nele. O estudo possibilitou compreender algumas facetas do existir dessas mães nas relações de cuidado estabelecidas com a criança doente, apreendendo os significados atribuídos por elas a uma doença incurável, ao seu tratamento e às repercussões dessa realidade em suas vidas e na vida de seus filhos.