Sofrimento e parentalidade de bebês com deficiência física: implicações para o desenvolvimento infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Diego Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-17052022-140406/
Resumo: No período de desenvolvimento infantil, as relações que se estabelecem podem favorecer ou dificultar a aquisição de funções motoras, cognitivas e afetivas a depender da disponibilidade dos pais para tal. Há fortes evidências acerca do sofrimento parental e de complicações na relação pais-filho quando se anuncia uma deficiência física no bebê. Esta pesquisa avaliou a parentalidade de bebês após a notícia de um diagnóstico de deficiência física. Participaram do estudo 20 díades compostas por cuidador principal e bebê, sendo 10 díades cujos filhos apresentavam deficiência física (grupo caso) e 10 díades sem diagnóstico (grupo controle) pareadas por critérios sociodemográficos e por faixa de idade. Foram utilizados entrevista semiestruturada, Escalas Beck de Ansiedade e Depressão, Questionário de Função Reflexiva Parental, Ages and Stages Questionnaire-Brasil e Coding Interactive Behavior. Utilizando os métodos mistos, foram empregadas análises qualitativas, cujos resultados foram discutidos com dados obtidos por estatística descritiva. Não foram encontradas diferenças extremas entre os grupos quanto ao sofrimento parental, sendo os sintomas cognitivo-afetivos os mais presentes. Os níveis médios de parentalidade também não divergiram entre os grupos e, de forma geral, a amostra demonstrou resultados satisfatórios, exceto pelo nível alto de constrição apresentado pelos cuidadores do grupo caso. Associada às funções parentais, estiveram o sofrimento parental e o tempo em relação à detecção da deficiência, sugerindo que a parentalidade seja mais favorável quando organizada anteriormente à descoberta da deficiência. Observando o bebê, os prejuízos motores não impactaram seu engajamento intersubjetivo. A deficiência pode dificultar a intepretação das expressões do bebê, dadas as especificidades anatômicas e funcionais, levando a respostas fora de sintonia afetiva. Conclui-se que a notícia de uma deficiência não é determinante para prejuízos na parentalidade. Se há sofrimento, é possível que os cuidadores tenham encontrado recursos para oferecer a mesma qualidade da parentalidade dos cuidadores do grupo controle. Novas pesquisas em Psicologia poderiam evidenciar os processos de engajamento e manutenção da parentalidade nestes casos