Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Piza, Pedro Luís de Toledo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-21112016-151911/
|
Resumo: |
A passagem dos séculos I e II d.C. assistiu ao desenvolvimento de um cristianismo dinâmico na província romana da Ásia Proconsular, na costa egeia da Ásia Menor. Concomitante à ascensão política e econômica da região no contexto do Mediterrâneo em pleno Alto Império Romano, as comunidades cristãs locais apresentam um prolífico quadro doutrinal e ritual, o qual lhes confere destaque e as torna destinatárias da maior parte do curto epistolário de um personagem histórico tão marcante quanto enigmático: Inácio de Antioquia, que afirma ser o supervisor da igreja presente na grande metrópole síria, e que passa pela Ásia acorrentado a um pelotão de soldados, rumo à capital romana, para lá ser supostamente executado na arena. As cartas de Inácio sugerem a existência, em comunidades presentes em centros urbanos importantes da província, de um corpo de líderes fixos, dentre os quais destacando-se a figura de um único supervisor, do qual o prisioneiro defende a autoridade sobre todos os cristãos de uma mesma cidade. Uma análise de documentos datados de antes da composição do breve epistolário inaciano não oferece, contudo, bases para a afirmação de uma perenidade de tal forma de governo das comunidades cristãs asiáticas. Ao invés, uma leitura atenta das fontes aponta para um processo social de ligeira alteração dos referenciais de autoridade, de modo que, sobretudo após a morte do apóstolo Paulo de Tarso (principal fundador do cristianismo na Ásia Proconsular), um valor singular é dado a líderes homens que sejam reconhecidos publicamente como bons chefes de households. Nesse processo Inácio de Antioquia procura tomar parte, de modo a solidificar a autoridade do supervisor por meio de um incremento do alcance de seu controle social: ele prega, com autoarrogada autoridade profética, que o encarregado da supervisão da comunidade seja visto como a própria representação da figura divina e patriarcal de Deus Pai, e que apenas sob ele uma reunião ritual pode ser considerada válida. |