Resumo: |
A investigação deste Trabalho consiste em um estudo sobre o diálogo entre o design e a arte na sociedade de consumo contemporânea, denominada como hiperconsumidora. Neste contexto, o produto industrializado tece um diálogo com a atividade artística por meio de associações, cada vez mais comuns, entre o universo da arte e grandes marcas e corporações. Procuramos introduzir este assunto por meio de um percurso histórico do período moderno até o contemporâneo, destacando os momentos mais relevantes em que o diálogo entre design e arte contribuiu para o desenvolvimento dos produtos industrializados. Com o intuito de contextualizar este diálogo em fases, tomamos quatro valores atribuídos às mercadorias: uso, troca, posse e seleção. Enquanto os valores de uso e troca se apresentaram como característicos dos primeiros momentos da civilização de consumo, o surgimento dos valores de posse e seleção são reflexos do hipercosumo, que se desenvolveu no decorrer das últimas quatro décadas. Em específico, o valor de seleção dos objetos nos serviu como fundamento para nossas considerações sobre as relações entre o universo da arte e as grandes marcas. Nesse contexto, o valor de seleção representou a ênfase da indústria no consumidor que, na contemporaneidade, é capaz de articular as informações que lhe vêm das características dos mais diversos produtos e serviços em acordo com suas necessidades e desejos. Assim, num mercado consumidor cujo acirramento da concorrência é cada vez maior, verificamos o emprego de ações que criem diferenciais que sejam únicos e inovadores e que contribuam na construção de valores junto às marcas e produtos. Para tanto, notamos a utilização de alguns recursos, que vão desde o investimento na qualidade estética dos produtos e ambientes, até o emprego de ações envolvendo festivais, intervenções e exposições de arte. Ao considerarmos que verificar estas novas relações consistia em explorar o sistema que as envolve, analisamos o sistema de arte moderna: o Regime de Consumo, como fundamento e, em seguida, a sua transposição para o Regime de Comunicação, o sistema de arte contemporânea. Desta feita, verificamos como o Regime de Comunicação se sustenta no circuito em rede, que é ampliado pelas novas tecnologias da comunicação e é capaz de assegurar o diálogo com as marcas e produtos industrializados. |
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