Comportamento fenológico das principais cultivares de Vitis vinifera L. para a região de Bento Gonçalves, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1984
Autor(a) principal: Mandelli, Francisco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
UVA
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11131/tde-20220207-203519/
Resumo: O presente estudo teve como objetivos caracterizar o padrão fenológico médio, quantificar as necessidades térmicas e heliotérmicas, bem como caracterizar as potencialidades vitícolas da região de Bento Gonçalves no que se refere à aptidão climática. Para isso utilizaram-se os dados meteorológicos e fenológicos de uma série de 13 anos (1965/78), coletados na UEPAE de Bento Gonçalves, situada a 29º15 de latitude sul, 51º31 de longitude de oeste e altitude de 671m. As cultivares estudadas foram selecionadas ou por serem as de maior expressão econômica dentro de seus grupos ou por apresentarem uma boa perspectiva à difusão na Microrregião Homogênea 311 - Vinicultora de Caxias do Sul (MRH311). A descrição dos estádios fenológicos proposta por AZZI (1959) foi tomada como base para a determinação da fenologia média de 11 cultivares de videira, sendo 10 de origem européia (Vitis vinifera L.) e uma americana (Vitis labrusca L.). As cultivares Isabel e Semillon apresentaram brotação mais precoce, a cv. Moscatel branco mais tardia, sendo de brotação intermediária as cvs. Cabernet franc, Bonarda, Riesling itálico, Merlot, Barbera, Trebbiano, Petit Syrah e Malvasia de Lipari. A sequência nas datas de ocorrência da floração mostrou um comportamento semelhante ao da brotação. Quanto à data média de maturação, as cvs. Riesling itálico, Semillon, Trebbiano, Isabel e Bonarda demonstraram pertencer ao 3º grupo da escala de Pulliat, enquanto as demais cultivares demonstram pertencer ao 4º grupo. As necessidades térmicas e heliotérmicas exigidas pelas diversas cultivares até atingir a maturação foram determinadas através do somatório de graus-dia, temperatura ativa e produto heliotérmico; para as cultivares extremas foram necessários, em média, respectivamente, 1299 GD, 3087ºC e 2,59 para a cv. Riesling itálico e 1427 GD, 3411ºC e 3,17 para a cv. Cabernet franc. Esses valores mostraram que a região apresentou condições térmicas e heliotérmicas dentro dos limites exigidos para outras regiões vitícolas tradicionais. No cálculo destes índices, considerou-se a temperatura-base de 12ºC para todo o ciclo. As possibilidades para a incidência de moléstias fúngicas, durante o período vegetativo da videira, foram avaliadas através do coeficiente hidrotérmico de ZULUAGA et alii (1971). Utilizou-se o índice bioclimático de CONSTANTINESCU (1967) para relacionar as disponibilidades de temperatura e luz com as disponibilidades de água. Estes índices mostraram que a região apresentou umidade excessiva em todos os anos, uma vez que os valores calculados excederam os limites estabelecidos para outras regiões vitícolas. O quociente heliopluviométrico de maturação proposto por WESTPHALEN (1977), que avalia as condições para a maturação das uvas desde a mudança de cor à colheita, mostrou que, embora a umidade possa ser considerada excessiva, existiram, eu alguns anos, condições para a obtenção de uvas de boa qualidade para a vinificação.