O papel de processos autofágicos nos efeitos comportamentais desencadeados pelo tratamento com canabinóides em animais cronicamente estressados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fusse, Eduardo Junji
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-23102019-162952/
Resumo: Diante de uma situação estressante, o cérebro orquestra e ativa sistemas de adaptação com a finalidade de reagir ao estresse e promover a homeostasia. Entretanto, quando o estímulo é persistente ou existe uma incapacidade de desativar os sistemas de adaptação, danos e mudanças neuroplásticas podem ocorrer. Estas alterações podem vir a favorecer o surgimento de transtornos psiquiátricos como depressão e transtornos de ansiedade. Os antidepressivos são a primeira linha de tratamento para depressão e ansiedade. Porém, os antidepressivos apresentam entre inúmeros efeitos adversos e uma latência de três a quatro semanas para sua ação terapêutica. Os sistema endocanabinóide tem se demonstrado como candidato para a terapêutica de transtornos de ansiedade e depressão, visto que estudos em modelos animais e pacientes humanos demonstram que a modulação desse sistema tem efeitos antidepressivos e ansiolíticos. O mecanismo de ação para seus efeitos podem ser devidos a ativação de receptores CB1, por ação direta ou mobilização de agonistas endógenos, os endocanabinóides, ou pela facilitação da sinalização mediada por receptores serotoninérgicos do tipo 5-HT1A. Entretanto, existem outras vias de sinalização que estão sendo investigadas por quais o sistema endocanabinóide possa permear suas ações, como, por exemplo, a via de sinalização de mTOR. A via de mTOR culmina em síntese proteica e proliferação e crescimento celular, sendo importante para manutenção e desenvolvimento de neurônios. A via de mTOR também controla outras vias secundárias de grande importância como a autofagia. A autofagia é um processo catabólico celular de caráter evolutivo que participa na manutenção e homeostasia celular. Este processo é fundamental na fisiologia basal dos neurônios. Quando coibida, ocorre um acúmulo de proteínas e organelas defeituosas que prejudica o funcionamento neuronal e leva a uma consequente morte celular. Nos últimos anos os estudos com canabinóides têm se intensificado visto suas inúmeras terapêuticas. Trabalhos demonstraram que canabinóides e endocanabinóides atuam como agentes antineoplásicos através da via da autofagia e que esses canabinóides e endocanabinóides aumentam precursores autofágicos. Portanto, este trabalho tem como objetivo o estudo da participação da autofagia nos processos comportamentais que são desencadeados pelo tratamento com canabinóides