Alterações do sistema auditivo em pacientes submetidos a radioterapia para tratamento de câncer de cabeça e pescoço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cruz, Fabrycia Jorge
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/85/85131/tde-06112020-113807/
Resumo: A Radioterapia é uma das diversas formas de terapia antineoplásica, cujo agente terapêutico é a radiação ionizante, que tem como alvo específico a molécula de DNA, sendo seu maior objetivo a destruição das células neoplásicas. Apesar do grande sucesso da radioterapia, ainda assim é possível o aparecimento precoce e/ou tardio de danos estruturais em células adjacentes. Tendo em vista a possibilidade de complicações auditivas em pacientes submetidos a tratamento radioterápico, este estudo teve por objetivo investigar o efeito causal-radiação no aparelho auditivo de pacientes portadores de câncer de cabeça e pescoço. Além de descrever a incidência de alterações auditivas, para estabelecer rotinas no monitoramento da audição dos pacientes. Este trabalho consiste no estudo prospectivo, descritivo, exploratório e in loco, de possíveis alterações audiológicas de pacientes submetidos a radioterapia para tratamento de câncer de cabeça e pescoço do serviço de oncologia do Hospital Regional de Araguaína (HRA), em parceria com a Clínica de Otorrinolaringologia (COL) privada, especializada em otorrinolaringologia. A partir das análises realizadas, observou-se que a maioria das alterações audiológicas acometem mais indivíduos homens e na faixa etária entre 50 e 70 anos de idade. Observou-se que a radioterapia 2D convencional foi a mais utilizada nos pacientes. Sendo que 100% destes apresentaram radiodermite associada a mucosite após a terapia. Quanto à perda auditiva, observa-se que ao longo do tempo os pacientes tiveram uma perda auditiva de até 70%, sendo o grau moderado o mais predominante, tendo uma frequência de 80% em ambas as orelhas. Quanto ao tipo de curva timpanométrica, observou-se que a curva do tipo A foi sempre a mais predominante após todos os 3 exames, sendo que as curvas do tipo As, B e C tiveram uma frequência aumentada até a realização do exame 3. A ausência dos reflexos acústicos aumentou em até 60% dos pacientes até o terceiro exame. As emissões otoacústicas evocadas foram na maioria das vezes ausentes nos indivíduos analisados, porém quando observada foi mais presente na orelha direita. A frequência das perdas auditivas foi sempre maior nos intervalos de frequências entre 2khz a 8khz, acontecendo sempre em mais de 50% das vezes. Quanto ao limiar de detecção de fala, após o exame 3, foram mais frequentes no intervalo entre 25 e 65, e em ambas orelhas. Após avaliação da intensidade dos potenciais evocados, a intensidade de 120dB SPL/NPS foi a mais predominante, ocorrendo em 100% das vezes após o exame 3. Na maioria das vezes a diferença interaural estava dentro dos limites de normalidade. Após o exame 1, houveram sinais sugestivos de perda auditiva, que ocorreram em uma frequência menor que 20% dos pacientes, afetando na maioria das vezes ambas as orelhas, portanto conclui-se que a maioria dos pacientes não apresentaram alterações audiológicas severas.