Perfil celular, funcional e bioquímico das vias aéreas de trabalhadores da limpeza profissional frente à exposição no local de trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Lima, Cynthia Mafra Fonseca de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5146/tde-24022016-140525/
Resumo: INTRODUÇÃO: Há evidências consistentes a partir de estudos epidemiológicos de que os profissionais de limpeza têm um risco elevado de desenvolver asma. Os determinantes deste risco não são totalmente conhecidos. Esses trabalhadores estão expostos a agentes ocupacionais de baixo e alto peso molecular, tanto a agentes sensibilizantes, como a irritantes. É importante produzir evidências de que este risco está relacionado ao trabalho e não às condições sociais ou outros fatores concorrentes, conhecer a anormalidade patológica subjacente, e investigar os possíveis agentes. O acúmulo deste conhecimento permitirá a proposição de medidas para substituição ou controle do uso dos agentes envolvidos e prevenção da ocorrência de novos casos desnecessariamente. Além disso, o uso de novas técnicas não invasivas, como a citologia do escarro e A FeNO, poderá facilitar o diagnóstico precoce dos casos. Desta maneira, este estudo pretende avaliar se o ambiente de trabalho induz inflamação pulmonar em trabalhadores assintomáticos, antes da alteração das provas funcionais e a eficácia do escarro induzido e da FeNO NO como marcadores de inflamação pulmonar precoce entre trabalhadores de limpeza profissional não doméstica. MÉTODO: Os trabalhadores foram avaliados através da comparação da citologia do escarro, valores da FeNO, espirometria e PFE, realizados durante o período de trabalho e após as férias. A amostra foi caracterizada através do questionário de triagem do estudo de saúde respiratória da Comunidade Européia, questionário de sintomas respiratórios e a pontuação no ISAAC. RESULTADOS: Em nosso estudo, encontramos um aumento significativo dos valores do VEF1 após o período de férias, (pré 2,76 ± 0,57 e pós 2,94 ± 0,61; p < 0,05) apesar de estar dentro da normalidade, em ambos os períodos. A média das medidas do PFE também mostrou-se maior durante o período de férias em comparação ao período de trabalho, embora não estatisticamente significante (pré 366,6 ± 54,1 e pós 386,4 ± 62,9 e p > 0,05). Encontramos uma redução dos valores da medida da FeNO após as férias (pré 16,3 ± 9,7 e pós 13,8 ± 7,8 p < 0,05) e redução de eosinófilos (pré 0,019 ± 0,05 e pós 0,003 ± 0,01 p < 0,05), linfócitos (pré 0,16 ± 0,35 e pós 0,01 ± 0,09 p < 0,05) e macrófagos (pré 0,421 ± 0,47 e pós 0,235 ± 0,30 p < 0,05) na citologia do escarro induzido, realizada após o período de férias. CONCLUSÃO: Demonstramos que o ambiente ocupacional ao qual são expostos os trabalhadores de limpeza profissional não doméstica provoca inflamação nas vias aéreas de trabalhadores assintomáticos. Esta inflamação pode ser aferida por métodos não invasivos como escarro induzido e FeNo, antes do aparecimento de alterações nas provas funcionais, embora estes métodos ainda necessitem de padronização. São necessários novos estudos para quantificar a exposição ao cloro e sua relação com inflamação, assim como para padronizar o uso do escarro induzido e da FeNO no diagnóstico de doenças ocupacionais entre trabalhadores de limpeza, além de medidas preventivas e educativas nesta população