Um convite \'singular\': aspectos da relação entre as representações de poeta e de leitor nos poemas em prosa de Charles Baudelaire

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Loiola, Rita de Cássia Bovo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-27022024-080512/
Resumo: Esta tese pretende estudar alguns aspectos das relações tecidas entre as imagens de poeta e de leitor nos poemas em prosa de Charles Baudelaire. Publicados em jornais e revistas pelo autor, esses textos foram reunidos, organizados e editados após a sua morte, em um volume que recebeu o título de Petits poèmes en prose (1869). Diante dos poemas, o leitor é confrontado com uma sensação dúbia, ambivalente, em que a busca pelos sentidos parece estar permanentemente em fuga, oscilando entre as contradições e paradoxos exibidos pelo discurso poético. Para abordar essa relação com o texto baudelairiano, inicialmente investigamos a complexa história editorial desses poemas em prosa, que mantém a leitura entre o caráter circunstancial dos periódicos e a unidade do livro. Partindo do diálogo da crítica tradicional com as pesquisas que se dedicam sobretudo aos escritos da década final de vida do poeta, considerando sua fragmentação, inacabamento e incertezas, buscamos, em seguida, explorar como se dá a construção das imagens do sujeito poético e do leitor em alguns dos poemas em prosa, tentando compreender sua mobilidade e instabilidade. Por fim, dedicamo-nos a observar algumas das linhas que compõem a relação entre as duas figuras, examinando as tramas de provocação e de ironia costuradas ao discurso. A ideia é sugerir algumas entradas para a relação ambígua, feita de espelhamentos e deslocamentos, entre ternura e inimizade, constituída entre o eu e o outro dos poemas em prosa de Baudelaire