Nome aos bois. Zebus e zebuzeiros em uma pecuária brasileira de elite

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Leal, Natacha Simei
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-12052015-102330/
Resumo: Está é uma tese sobre homens e bois. Através de pesquisa de campo em feiras agropecuárias, centrais de inseminação artificial, laboratórios, fazendas e do exame de registros genealógicos, manuais zootécnicos e outros textos e documentos publicados ou de arquivo, são explorados sob uma perspectiva antropológica aspectos e conceitos do âmbito do parentesco, das biotecnologias, da economia, das políticas de Estado relacionados a um segmento particular da pecuária no Brasil: o gado de elite. A pecuária de elite é um ramo da bovinocultura que produz espécimes reprodutores desenvolvidos para melhorar a qualidade de espécimes de comuns, de corte, que são encaminhados aos frigoríficos. Ao mesmo tempo, esse ramo se realiza em alto grau de autonomia em relação à pecuária de corte, constituindo um mercado com regras e atores específicos. O trabalho se concentra sobre a narrativa de uma invenção brasileira, do Triângulo Mineiro o gado zebu , que como tantas outras invenções nacionais, se fez a partir de investimentos nas ideias de sangue, família e raça. Zebus são, por excelência, de elite no Brasil e sua constituição mobiliza conceitos de sangue, genes, genealogia, raça, mestiçagem, pureza (entre outros), que se consolidam ao passo que aos animais é atribuído valor de mercado. O mercado de gado de elite, que contemporaneamente mobiliza cifras milionárias através da venda de bovinos em leilões, do uso de biotecnologias e da venda de células reprodutivas (sêmen e embriões), determina o valor das reses e de seus criadores, de zebus e de zebuzeiros. A invenção e realização deste ramo da pecuária, mais que zootécnica, é sobretudo política, pois trata da consolidação de elites de bovinos e elites de criadores no Brasil.