Música negra na escola: um estudo sobre a ressonância dos tambores nas relações intersubjetivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Loduca, Maria Teresa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-14122018-140439/
Resumo: Esta dissertação tem o objetivo de responder à seguinte questão: é possível abordar a música negra nas escolas, ao som do tambor africano, de modo a promover a aceitação e valorização deste instrumento e, consequentemente, da cultura afro-brasileira? Com a intenção de refletir e encontrar caminhos para iluminar essa questão, realizou-se um trabalho de campo na Escola de Aplicação da Faculdade de Educação da USP e na Escola Municipal Saturnino Pereira, ambas situadas no município de São Paulo, durante três anos, com turmas de 9º, 7º, 6º e 8º anos, respectivamente. Por meio de uma proposta de docência compartilhada com os professores dessas turmas, foram realizadas intervenções conjuntas em sala de aula, como forma de suscitar, especialmente entre os jovens afrodescendentes, um olhar crítico à toda forma de estigmatização do tambor e da sonoridade de matriz africana que dele emana. Em busca de novas práticas educacionais e analisando detalhadamente o cotidiano escolar, ao introduzir práticas e saberes dos afrodescendentes, promoveram-se rupturas de campo em duas dimensões do universo escolar: a) nos rituais e práticas de ensino em sala de aula; b) no imaginário da cultura escolar, envolvendo professores e alunos, a propósito do tambor. Os estudos realizados apontam que o tambor ocupa um lugar central, nos rituais de religiões de matriz africana, opondo-se aos instrumentos eurocêntricos e consagrados pelo mainstream, e que talvez, por isso mesmo, seja considerado inferior, do mesmo modo como toda a cultura proveniente da África. Dessa maneira, verifica-se uma série de estereótipos relacionados à cultura afro-brasileira, presentes nas atitudes de alguns docentes e alunos em face do instrumento, que tem dificultado a valorização, por parte dos estudantes afrodescendentes, de sua própria cultura. A fundamentação teórica que orientou tais reflexões baseou-se, principalmente, nas obras de Munanga (2005), Caputo (2012), Leite (2008), Gilroy (2001), Herrmann (2001) e Schafer (2011), além de outros autores, cujos escritos colaboraram para a fundamentação desta pesquisa.