Equilibristas na corda bamba: o trabalho e a saúde de docentes do ensino superior privado em Uberlândia/MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Elias, Marisa Aparecida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-12122014-104307/
Resumo: Esta tese teve por objeto de estudo o trabalho de docentes de Instituições de Ensino Superior Privado. O objetivo foi investigar a relação entre as condições de trabalho e os problemas de saúde relatados, em especial os relacionados à saúde mental. Foram objetivos específicos: identificar os modos de enfrentamento, objetivos e subjetivos, utilizados por aqueles trabalhadores para lidar com o cotidiano no trabalho e descrever como a precarização da educação interfere no trabalho docente universitário. A pesquisa fundamentada no referencial teórico metodológico do materialismo histórico dialético fez uso de entrevistas gravadas como principal técnica de coleta de dados. Foram realizadas cinco entrevistas com docentes que atuam em Instituições de Ensino Superior Privado há pelo menos cinco anos. Os resultados mostraram que os docentes estão submetidos a condições precárias e intensificadas de trabalho. O tipo de contrato de trabalho e a instabilidade profissional submetem os profissionais a situações desestabilizadoras do psiquismo, tornando-os submissos a atividades desgastantes e vulneráveis à alienação em relação a estas mesmas condições. A preservação da idealização da atividade de educador é um facilitador da alienação que prende o profissional a esta representação do trabalho como missão e não atividade profissional. Esta contradição, além de submeter a condições fisicamente desgastantes, também submete a pressão psicológica potencialmente causadora de adoecimento. Dentre os mecanismos de enfrentamento utilizados por eles, destaca-se a negação do sofrimento e a banalização do adoecimento. Os professores estão submetidos a situações potencialmente estressoras na atividade laboral, que se refletem em afecções psicossomáticas generalizadas. Conclui-se que a forma como o trabalho se encontra organizado, a pressão exercida por meio da cobrança de metas, a sobrecarga de trabalho, os diferentes vínculos empregatícios que se sobrepõe e a tendência a mercantilização da educação do ensino descaracterizam a função do educador e proporciona desgaste, mal estar e adoecimento a estes profissionais.