Exposição concomitante ao material particulado da poluição do ar e a radiação solar em Epiderme Humana Reconstruída

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Claudia Larissa Viana da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9143/tde-29072022-220603/
Resumo: A pele humana está exposta, diariamente, tanto ao material particulado do ar (MP) quanto à radiação solar. A exposição ao MP tem sido associada ao envelhecimento prematuro da pele e ao agravamento de doenças cutâneas como a dermatite atópica. A radiação solar pode iniciar o processo inflamatório e promover danos ao DNA da pele. No entanto pouco se tem estudado sobre os efeitos da exposição simultânea da pele a radiação solar e ao MP do ar. Nosso objetivo foi desenvolver um modelo de exposição concomitante ao MP e radiação solar em modelo de epiderme humana reconstruída (EHR). O primeiro passo foi encontrar uma dose de radiação solar que não induzisse alterações graves na epiderme. Doses 5 e 10 J/cm2 de radiação total foram testadas (com e sem filtro AM1.5G). Uma segunda experiência foi realizada para encontrar o melhor volume da suspensão de MP a ser aplicado sobre a EHR. Foram realizadas análises histológicas e imunohistoquímicas para a proteína loricrina. Com esses resultados, a dose de 5 J/cm2 com filtro AM1.5G e 8,9 µg/cm2 de MP suspenso em 200 µL de PBS foi empregada no modelo de exposição EHR para estudar a exposição simultânea ao MP e à radiação solar. Foram analisadas a viabilidade e a função barreira dos equivalentes epidérmicos expostos ao MP e a radiação solar, isolados ou concomitantemente. Redução na viabilidade nas EHRs expostas à radiação foi observado. Em relação a barreira cutânea, o grupo de epidermes irradiadas demostrou alteração significativa quando comparado com todos os demais tratamentos. A secreção de IL-8 mostrou-se aumentada em relação ao controle nas epidermes irradiadas enquanto a exposição concomitante induziu uma redução desta citocina quando comparada com o controle. Nas análises histológicas e de imunohistoquímica não ocorreram alterações dignas de nota. Ocorreu aumento significativo da expressão de CK10 e notch1 na dupla exposição em relação ao irradiado e redução significativa da expressão de loricrina em comparação ao controle e irradiado, não ocorrendo alterações relevantes na expressão da proteína AQP3. Com nossos achados e levando em consideração trabalhos na literatura reiteramos a importância notch1 para a sinalização das proteínas de função barreira AQP3, CK10 e loricrina. A exposição concomitante ao MP e a radiação solar foi capaz de reverter o fortalecimento da barreira ocorrido apenas na exposição à radiação. Importante concluir que de todos os modelos descritos na literatura nenhum deles reproduz a condição de exposição humana a radiação solar e ao MP como em nosso estudo.