Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Mini, Camila Alessandra |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60134/tde-29062021-153652/
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Resumo: |
Com a adoção de métodos alternativos ao uso de animais na comunidade científica, diversos grupos trabalharam para o desenvolvimento de novos modelos capazes de ser aplicados na avaliação da toxicidade de substâncias/produtos. Tratando-se de exposição dérmica, os modelos de pele/epiderme reconstruída foram desenvolvidos no mundo todo, porém a aquisição desses modelos no Brasil é bastante dificultosa. Devido a isso, o objetivo aqui proposto foi o desenvolvimento de um modelo tridimensional de epiderme, utilizando queratinócitos imortalizados (HaCaT-EHE) para aplicação na avaliação de toxicidade de corantes presentes em tinturas capilares, além da comparação dos efeitos com a cultura celular em monocamada. Após a construção do modelo tridimensional, foi avaliada a diferenciação celular por métodos histológicos/imunohistoquímicos, validação do método analítico de determinação do sal de formazan utilizado nos testes de corrosão e irritação. Foi verificada a permeabilidade da membrana e proficiência do modelo em diferenciar substâncias irritantes, não irritantes, corrosivas e não corrosivas. Para avaliação de endpoints de toxicidade foram realizados ensaio de genotoxicidade (ensaio do Cometa), viabilidade/citotoxicidade (MTT, teste de viabilidade celular por anexina V/PI e teste de Tunel) e irritação e corrosão. O modelo apresentou diferenciação celular e expressão dos biomarcadores de desenvolvimento das camadas, além disso apresentou permeabilidade de membrana semelhante aos modelos já validados. O método para a determinação do sal de formazan mostrou ser seletivo, exato, preciso e robusto. Além disso, apresentou um índice de recuperação superior a 85% e variação inferior a 15%, e não foi observada a presença resíduos do sal após uma injeção com concentração elevada. Adicionalmente, o modelo demonstrou boa predição para irritação (seletividade 100%, especificidade 75% e exatidão 90%) e também para corrosão (seletividade 100%, especificidade 100% e exatidão 100%) para as substâncias testadas. Quanto aos corantes, o Basic Blue 99 (BB99) não demonstrou efeitos genotóxicos em ambos modelos, porém, demonstrou queda na viabilidade celular, além de intensa marcação com PI e dupla marcação (anexina e PI) indicando morte celular por necrose no modelo 2D. No modelo 3D, observou-se intensa marcação com fluoresceína em todas as concentrações testadas, indicando ocorrência apoptose. Como esperado, o BB99 se mostrou irritante após a exposição por 30 minutos, embora não tenha induzido a efeito corrosivo. Já o corante Basic Red 51 (BR51) induziu a efeitos genotóxicos em ambos os modelos, além disso provocou queda na viabilidade celular no modelo 2D e no modelo 3D induziu a marcação com a fluoresceína. O corante não apresentou efeitos irritantes e corrosivos. Frente ao exposto, podemos concluir que o modelo apresentou boa predição e pode ser utilizado como plataforma de estudos de avaliação da segurança/toxicidade de produtos após a exposição dérmica. Os corantes testados demonstraram efeitos tóxicos em concentrações inferiores ao limite recomendado pelo Comitê Científico Europeu e, desta forma, a utilização em produtos comerciais de tinturas capilares deveria ser revista. |