Tendência temporal de contaminantes orgânicos na Baía do Almirantado - 1ª Área Antártica Especialmente Gerenciada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bondioli, Cintia Hanna Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21137/tde-07022024-114941/
Resumo: A presença do homem afeta o ambiente antártico, seja para o desenvolvimento de pesquisas ou apoio logístico, bem como o aumento do turismo nas últimas décadas. Para firmar o interesse das nações na Antártica há necessidade de diversas facilidades logísticas que também podem causar um impacto ambiental. Dessa maneira, o monitoramento ambiental é um compromisso firmado pelos países, na assinatura do Protocolo ao Tratado da Antártica sobre Proteção do Meio Ambiente. O Brasil monitora a primeira área antártica especialmente gerenciada, a Baía do Almirantado, Ilha Rei George, onde está localizada a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) construída em 1984. Após o incêndio da EACF, ocorrido em fevereiro de 2012, iniciou-se um monitoramento de longo prazo dos aportes de poluentes na Baía do Almirantado, através de indicadores químicos e biológicos em diversas matrizes ambientais. Para este trabalho foram avaliados os resultados de bifenilos policlorados (PCBs) e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em matrizes abióticas com ênfase nas áreas de influência direta das atividades desenvolvidas na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). As amostras de solos (170) e de sedimentos (44) foram extraídas com uma mistura de solventes orgânicos e analisadas em um cromatógrafo a gás acoplado a um espectrômetro de massas com triplo quadrupolo (GC/MS/MS). PCBs em solo e sedimento variaram de <0,0025 a 58,5 e <0,0025 a 23,0 ng g-1 peso seco, respectivamente. A faixa de concentração de HPAs em solo variou de < 0,1 a 79.158 ng g-1 peso seco e para os sedimentos de 2 a 904 ng g-1 peso seco. As maiores concentrações tanto de PCBs quanto de HPAs foram observadas próximas da EACF na zona entremarés e são comparáveis às outras regiões antárticas nas imediações de estações de pesquisas. O monitoramento dos contaminantes orgânicos em solos mostra uma tendência temporal estacionária para os PCBs e uma redução significativa em comparação ao longo dos últimos anos para os HPAs. Por outro lado, nos sedimentos observa-se uma tendência de aumento de PCBs e HPAs nos últimos 30 anos, o qual pode refletir a ocupação gradual crescente na região. Os congêneres de PCBs predominantes em solo foram hexa-PCBs > penta-PCBs >hepta-PCBs, enquanto que os sedimentos apresentaram um perfil ligeiramente diferente sendo dominado por penta-PCBs > tetra-PCBs > hexa-PCBs. O naftaleno e seus derivados alquilados foram os compostos predominantes dos HPAs em solo e sedimento principalmente na área da EACF. A principal fonte de PCBs para regiões polares é a deposição atmosférica, entretanto, observam-se indícios de fontes pontuais provavelmente associadas com locais contaminados por óleo e próximas de estações de pesquisa. A origem dos HPAs foi associada com fontes mistas, tanto petrogênicas (vazamentos de combustível e derramamentos de óleo) quanto pirogênicas (combustão incompleta de combustíveis derivados de petróleo e petróleo bruto, emissões de diesel e acumulação e degradação do óleo). O modelo conceitual preliminar da contaminação por HPAs na EACF mostra que atualmente o centro de massa da contaminação é a área dos antigos geradores.