Efeito do fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico e músculos do quadril no tratamento da incontinência urinária de esforço: ensaio clínico randomizado cego

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marques, Simone Aparecida de Amorim
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Hip
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-12052015-104216/
Resumo: INTRODUÇÃO: A incontinência urinária de esforço (IUE) é definida como a queixa de perda involuntária de urina em situações de esforço ou esforço físico, espirros ou tosse. O fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (MAPs) tem nível A de evidência científica no tratamento da IUE, mas não há respostas sobre o efeito de uma intervenção envolvendo o sinergismo muscular entre os MAPs e os músculos do quadril. OBJETIVOS: Avaliar se o fortalecimento dos MAPs associado ao fortalecimento dos músculos adutores de quadril, glúteo máximo e glúteo médio é mais eficaz do que o fortalecimento isolado dos MAPs, em relação à frequência de perda urinária, força do assoalho pélvico, perineometria e qualidade de vida. METODOLOGIA: Ensaio clínico randomizado e cego, com 43 mulheres (média de idade 50,09 ± 8,35) com diagnóstico de IUE. Após a avaliação inicial, as pacientes foram randomizadas para o grupo que realizava somente exercícios para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico (AP, n= 21) ou para o grupo de exercícios para fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico, adutores de quadril, glúteo máximo e médio (APQ, n= 22). Como medida primária foi considerada a frequência de perda urinária avaliada pelo diário miccional de três dias e pela ficha de acompanhamento por sessão. As medidas secundárias foram: avaliação bidigital da força dos MAPs, a perineometria, e a avaliação da qualidade de vida realizada pelo International Consultation on Incontinence Questionnarie - Short Form (ICIQ-SF) e pelo King\'s Health Questionnaire (KHQ). As avaliações foram realizadas antes e após 20 sessões de fisioterapia. RESULTADOS: Na análise do diário miccional, entre o início e fim do tratamento, somente o grupo APQ teve redução significante da frequência de perda urinária, porém sem diferença estatisticamente significante entre os grupos no final do tratamento. A frequência diária de perda urinária obtida pela ficha de acompanhamento por sessão, constatou que somente o grupo APQ teve redução significativa da perda urinária ao longo do tratamento (efeito do fator tempo) (p-valor 0,0048), sendo que na comparação entre os grupos, o APQ resultou em maior redução da frequência diária de perda em relação ao grupo AP. Ambos os grupos tiveram aumento significativo da força e endurance dos MAPs, porém sem diferença estatisticamente significante entre os grupos. Não foi detectada diferença significativa na perineometria pré/ pós-tratamento, assim como na comparação entre os grupos. Na análise da qualidade de vida, ambos os grupos tiveram melhora significativa nos escores do ICIQ-SF, porém não apresentaram diferença significativa na comparação entre os grupos. Dos nove domínios do KHQ, seis apresentaram redução estatisticamente significativa no grupo APQ e quatro no grupo AP, porém os escores dos nove domínios não apresentaram diferença significativa entre os grupos no final do tratamento. CONCLUSÕES: Para o tratamento da incontinência urinária de esforço, os exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico acrescidos do fortalecimento de músculos como os adutores de quadril, o glúteo máximo e glúteo médio apresentam melhor resultado ao longo do tratamento para a redução da perda urinária do que somente o fortalecimento perineal, ainda que não haja diferença significativa entre os tratamentos em relação à força e perineometria dos músculos do assoalho pélvico e na qualidade de vida