Variabilidade intrapessoal e interpessoal da ingestão de nutrientes de crianças brasileiras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Castro, Michelle Alessandra de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6138/tde-24022011-085135/
Resumo: Introdução: A precisão e a confiabilidade das estimativas do consumo alimentar são os principais desafios nos estudos sobre nutrição e saúde, visto que a medida dietética não é isenta de erros e que a dieta humana é de natureza variável. Um dos principais componentes de variabilidade da dieta é a variação intrapessoal, que representa a variação da ingestão dos indivíduos ao longo dos dias. Do ponto de vista estatístico, a variância intrapessoal constitui uma importante fonte de erro na análise e interpretação dos dados dietéticos por atenuar medidas de associação, como coeficientes de regressão e risco relativo, e aumentar a proporção dos indivíduos nos extremos da curva de distribuição. Objetivos: Estimar a razão de variâncias da ingestão de energia e nutrientes e calcular o número de medidas dietéticas necessárias à estimativa do consumo habitual de crianças brasileiras. Métodos: Trata-se de um estudo transversal realizado em 2007 que coletou dados de 3150 crianças de 1 a 6 anos matriculadas em creches e pré-escolas das cidades de Manaus, Natal, Recife, Brasília, Cuiabá, Rio de Janeiro, Viçosa, São Paulo e Caxias do Sul. Em cada cidade, foram avaliadas 250 crianças de creches públicas e 100 de creches particulares. Dados socioeconômicos, antropométricos e de consumo alimentar foram coletados. A pesagem direta de alimentos e o registro alimentar foram os métodos de avaliação do consumo adotados. Modelos de regressão multinível com variância de estrutura complexa foram utilizados para estimar a variância intrapessoal e a variância interpessoal segundo faixa etária (1 a 2 anos; 3 a 6 anos). A variância intrapessoal foi obtida para cada criança e modelada como uma função linear da idade. Calculou-se o número de dias baseado nas razões de variâncias dos nutrientes e no coeficiente de correlação (r) entre a ingestão observada e a ingestão habitual. Resultados: Fibras totais e gorduras apresentaram as maiores razões de variâncias (acima de 6,00), enquanto cálcio, ácido pantotênico e fósforo 5 apresentaram as menores razões (1,33 a 2,30). Considerando r=0,8, são necessários de 2 a 37 dias de avaliação da dieta no grupo de crianças com idade entre 1 e 2 anos, e entre 2 e 16 dias nas crianças de 3 a 6 anos para a estimativa da ingestão habitual. Observou-se, também, tendência de aumento da variância intrapessoal de energia e macronutrientes com a idade da criança. Conclusão: As elevadas razões de variâncias reforçam a necessidade pela coleta de um grande número de medidas dietéticas nas crianças brasileiras e os resultados apontam para mudanças na variância intrapessoal com a idade