Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Lima Filho, Humberto de Castro |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5138/tde-30012018-090756/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: A esclerose mesial temporal (EMT) é uma das principais causas de epilepsia focal farmacorresistente. O prognóstico cirúrgico é excelente, porém pode ocorrer declínio cognitivo pós-operatório. Este estudo teve como objetivo verificar o impacto cognitivo da lobectomia temporal anterior em pacientes com EMT, levando em consideração o padrão de envolvimento eletrográfico ictal. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes com epilepsia farmacorresistente secundária à EMT unilateral e sujeitos sem epilepsia, com idade entre 18 e 55 anos e oito ou mais anos de escolaridade. Os pacientes foram agrupados de acordo com o lado da EMT em esquerda (EMTE) e direita (EMTD). Aqueles que recusaram cirurgia foram incluídos no grupo-controle clínico e os que optaram por cirurgia foram incluídos no grupo cirúrgico. Pacientes do grupo cirúrgico foram submetidos a vídeo-EEG e teste de Wada. Pacientes com representação de linguagem atípica foram excluídos. O grupo cirúrgico foi subdividido de acordo com o padrão eletrográfico ictal determinado pelo vídeo-EEG em: envolvimento eletrográfico ictal exclusivamente ipsilateral e envolvimento eletrográfico ictal bilateral. A avaliação neuropsicológica dos pacientes foi realizada em dois momentos. Os sujeitos sem epilepsia foram avaliados apenas uma vez. Para análise estatística, foram utilizados testes paramétricos ou não paramétricos a depender da normalidade da distribuição dos dados. Os grupos foram comparados em relação a variáveis clínicas, pontuações basais nos testes neuropsicológicos e diferenças médias das pontuações entre a segunda e primeira avaliações. Também foram comparadas as pontuações médias da primeira e segunda avaliações dentro de um mesmo grupo. O grupo clínico foi utilizado para o cálculo do índice de mudança confiável (RCI). Considerou-se melhora no desempenho cognitivo escore Z > 1,645 e piora escore Z < -1,645. RESULTADOS: A análise final incluiu 65 pacientes com epilepsia e 40 sujeitos sem epilepsia. Vinte e um pacientes (nove EMTE, doze EMTD) recusaram cirurgia e foram incluídos no grupo clínico. O grupo cirúrgico foi composto por 25 pacientes com EMTE e 19 com EMTD. Dez pacientes do grupo cirúrgico com EMTE apresentaram envolvimento ictal exclusivamente ipsilateral e 15 bilateral. No grupo cirúrgico com EMTD, dez apresentaram envolvimento ictal exclusivamente ipsilateral e nove bilateral. Os pacientes com EMT apresentaram desempenho cognitivo inferior aos sujeitos sem epilepsia, sendo mais evidente comprometimento de memória nos pacientes com EMTE. A cirurgia provocou declínio de memória no grupo com EMTE e tendência de melhora em funções executivas em ambos os grupos. O envolvimento eletrográfico bilateral associou-se a menor declínio pós-operatório de memória verbal no grupo com EMTE. O envolvimento eletrográfico bilateral associou-se à piora no desempenho pós-operatório no teste de repetição de dígitos na ordem inversa no grupo com EMTD. Foi observada redução na pontuação da escala de depressão, após a cirurgia, em pacientes com EMTE e envolvimento eletrográfico ictal bilateral. CONCLUSÃO: O envolvimento eletrográfico bilateral não se associou a maior risco de declínio de memória pós-operatório, portanto, o tratamento cirúrgico não deve ser contraindicado nestes pacientes |