Letramento em saúde, conhecimento e progressão da doença renal crônica: um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Alves, Marian Assenção de Paula
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-12082024-102335/
Resumo: A doença renal crônica tem sido uma problemática crescente ao longo das últimas décadas e representa a décima primeira causa mundial de morte. O tratamento e seguimento das pessoas na fase pré dialítica é importante para o controle precoce dos fatores associados à progressão da mesma. Assim, o conhecimento e o letramento em saúde destas pessoas podem favorecer a adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi analisar a relação entre o letramento em saúde e o conhecimento da DRC com a progressão da doença. Trata-se de um estudo de coorte, com pacientes adultos e idosos acompanhados no ambulatório municipal de Nefrologia de Sinop-MT por um período de 18 meses, entre 2020 -2022. Para a coleta de dados no início do seguimento (T0) e no tempo final (TF) foram usados os instrumentos de caracterização sociodemográfica e clínica, de avaliação do conhecimento (Canhestro, 2010), do estado cognitivo, Mini Exame do Estado Mental (Bertolucci, 1994) e do letramento em saúde, Short Test of Functional Health Literacy in Adults (CartheryGoulart et al., 2009). No período entre T0 e TF, foram realizadas cinco etapas (T1, T2, T3, T4 e T5), com intervalos de três ou seis meses, para coleta de dados dos prontuários médicos sobre a doença renal crônica, tratamento, identificação e caracterização dos desfechos (manutenção do estágio da doença; início de terapia renal substitutiva e/ou óbito). A análise dos dados constou de análises descritivas e bivariadas, bem como modelos de regressão para avaliar as associações entre os desfechos e variáveis explanatórias de interesse. O projeto foi aprovado por um Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos. O estudo resultou-se em 31 participantes em T0 e 24 no TF. No T0 havia 64,5% participantes do sexo feminino, idade variando entre 18 e 76 anos, sendo 58,1% com 60 anos e mais, 100% com menos de 12 anos de estudo, 61,3% com hipertensão arterial sistêmica e 54,8% com Diabetes Mellitus mais autorreferidas e 58,1% no estágio três da doença renal crônica. Em relação ao letramento em saúde, foi classificado como inadequado no T0 para 74,2% e no TF para 54,2% dos participantes e a chance de os participantes serem classificados na categoria inadequada ao final do estudo foi 88,44% menor do que em T0 (p=0,0443). Para cada ano a mais de estudo, a chance de serem classificados com letramento inadequado diminuiu em 30,36% (p=0,0308), enquanto que, para cada ponto a mais no teste cognitivo, a chance de serem classificados com letramento inadequado diminuiu em 35,33% (p=0,0205). O conhecimento, foi classificado como inadequado no T0 para 100% e no TF para 95,8% dos participantes e a cada ponto a mais em conhecimento estimou-se um aumento de 1,47 vezes na chance de ocorrência de estágio quatro ou cinco da doença (p=0,0056). O estágio da doença renal crônica não se modificou no seguimento de 18 meses, assim, não ocorreu o desfecho de início de terapia renal substitutiva, e não ocorreram óbitos. Não houve progressão da doença durante o período de 18 meses. O letramento em saúde melhorou no período de seguimento e teve associação com melhor estado cognitivo e maior escolaridade. O conhecimento sobre a doença foi maior em pacientes com quadro mais avançado.