Detecção de doença arterial coronária pela tomografia computadorizada com múltiplos detectores em pacientes com insuficiência renal crônica pré-transplante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Rosário Neto, Miguel Abraão
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5131/tde-12022009-132522/
Resumo: INTRODUÇÃO: A doença arterial coronária (DAC) é a principal causa de óbito em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC), sendo o risco de morte por DAC maior do que na população geral. Os resultados dos exames não invasivos tradicionais para detecção de DAC têm apresentado acurácias conflitantes e, em geral, insuficientes para utilização clínica. A tomografia computadorizada com múltiplos detectores (TCMD) apresenta boa acurácia na detecção da DAC. Entretanto, a TCMD ainda não havia sido avaliada neste grupo de pacientes até recentemente. OBJETIVOS: Avaliar a acurácia da TCMD para detectar DAC obstrutiva significativa em candidatos a transplante renal comparada à angiografia coronária invasiva quantitativa como referência. Investigar a capacidade prognóstica da TCMD neste grupo de pacientes. MÉTODOS: Foram selecionados 120 pacientes, sendo incluídos 114 pacientes com idade 35 anos, com IRC em programa de diálise, candidatos a transplante renal e com angiografia coronária invasiva (ACI) realizada ou planejada em um intervalo máximo com a TCMD de 1 ano. Dez pacientes foram excluídos por apresentarem exame de TCMD insuficientes para análise. Assim, 104 pacientes com exame de TCMD analisável constituíram a amostra deste estudo. Foi considerada DAC obstrutiva significativa a presença de pelo menos uma estenose 50% pela ACI. Foram também analisadas secundariamente as estenoses 70%. Os exames foram analisados de modo cego em relação aos resultados da ACI e dos demais exames, em duas observações independentes. Dados numéricos foram expressos como média, desvio padrão e intervalo de confiança, sendo calculado grau de concordância, testes diagnósticos, curvas de Kaplan-Meier e análise multivariada. RESULTADOS: O escore de cálcio de Agatston apresentou boa acurácia para diagnóstico de estenose 50% e com limiar de 400 identificou sub-grupo com maior taxa de eventos. A angiografia coronária por TCMD apresentou boa performance diagnóstica de detecção de estenose coronária 50% pela ACI, com acurácia de 88,5%, sensibilidade de 84,5%, especificidade de 93,5%, valor preditivo positivo de 94,2% e valor preditivo negativo de 82,7%. Os resultados foram igualmente adequados para o limiar de estenose 70%. Mais importante ainda, os pacientes com estenose 50% pela angiografia por TCMD apresentaram pior prognóstico, identificado como maior taxa de eventos cardiovasculares. Finalmente, na análise multivariada a presença de estenose ( 50% ou 70%) em 2 territórios (biarteriais) e o número de segmentos com placas de aterosclerose pela TCMD (usando a ACI na definição da estenose) foram preditores independentes de risco para eventos cardiovasculares. CONCLUSÃO: A TCMD apresentou boa perfomance diagnóstica para a detecção de DAC obstrutiva significativa, tanto pelo escore de cálcio como pela angiografia coronária. Do ponto de vista prognóstico, um escore de cálcio acima de 400 ou estenose 50% foram preditores de eventos. A extensão da DAC pela TCMD, medida pelo número de territórios com estenose coronária ou pelo número de segmentos com placa aterosclerótica, foi fator prognóstico independente para eventos cardiovasculares