Organizações coletivas para melhoramento vegetal: condicionantes de sua existência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Aviani, Daniela de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-03122014-151349/
Resumo: O melhoramento vegetal constitui a primeira etapa de todos os sistemas das cadeias agroindustriais, pois é responsável por gerar e disponibilizar aos agricultores, sob a forma de novas cultivares, a genética das sementes a serem utilizadas nos cultivos que suprem a demanda do país por produtos agrícolas. O presente trabalho pretende investigar a dinâmica de constituição de entidades privadas, pertencentes a grupos de produtores rurais, com a finalidade de gerar novas cultivares. A observação deste fenômeno pode auxiliar o aperfeiçoamento de mecanismos institucionais para fortalecimento das ações coletivas voltadas para o interesse público e importantes, do ponto de vista estratégico, para o agronegócio do Brasil. Pretende-se, assim, responder à seguinte questão de pesquisa: Quais os incentivos para as organizações coletivas se dedicarem ao melhoramento vegetal? A presente investigação, de cunho qualitativo e com fins exploratórios, realiza um estudo de múltiplos casos à luz de conceitos da economia das organizações por meio de variáveis motivacionais específicas situadas em duas dimensões: ambiente institucional e estrutura de mercado. As organizações analisadas são: Cooperativa Central Gaúcha Ltda. - CCGL, Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola - Coodetec, Centro de Tecnologia Canavieira - CTC, Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso - Fundação MT, e Instituto Mato-Grossense do Algodão - IMAmt. É possível observar diferenças marcantes de estrutura, estratégia e diversas outras variáveis analisadas nas organizações, o que dificulta comparações. Embora não tenham sido confirmadas as hipóteses sugeridas de que as organizações teriam surgido para competir no mercado de sementes ou para exercer poder de barganha nas negociações com empresas de grande porte, a avaliação de algumas variáveis motivacionais leva a crer que os ganhos dos agricultores estão na influência que exercem sobre o direcionamento das pesquisas realizadas pelas organizações e na celeridade com que acessam os seus resultados, na forma de novas cultivares. O financiamento dessas pesquisas sob a forma de uma ação coletiva possibilita diluir os seus elevados custos. Os achados também apontam a preocupação dos entrevistados com a baixa taxa de suprimento de novas cultivares ao mercado e estreitamento genético que coloca em risco as culturas de grande expressão econômica no caso de haver agravamento de incidência de pragas. Por fim, questiona-se a sustentabilidade das organizações em ambiente de concorrência acirrada, haja em vista que, em grande parte, foram estruturadas para compensar limitações do sistema público de pesquisa. Diante do exposto, percebeu-se, nas entrevistas, haver uma movimentação no sentido de aperfeiçoar as estratégias mercadológicas, com o aproveitamento dos mecanismos legais disponíveis, como a Lei de Proteção de Cultivares, e a realização de parcerias com empresas multinacionais.