Estresse oxidativo e alterações nos perfis de expressão gênica em idosos com comprometimento cognitivo leve

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Johnathan de Andrade
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17135/tde-13022020-105842/
Resumo: O envelhecimento é marcado pelo declínio funcional e cognitivo com maior suscetibilidade a doenças relacionadas à idade, sendo a idade um dos principais fatores de risco para doenças neurodegenerativas. O decaimento da cognição normal associado à idade, sem o declínio funcional, é caracterizado como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). No funcionamento normal do metabolismo, há o equilíbrio entre a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e a defesa antioxidante, mas quando há o desequilíbrio entre a geração de ROS e a ineficácia dos mecanismos celulares de defesa antioxidante ocorre o estresse oxidativo, culminando em instabilidade genômica. A hipótese do presente trabalho é que os pacientes com CCL e os indivíduos sadios (N-CCL) apresentam níveis diferentes de dano oxidativo no DNA, alterações em genes associados à progressão do ciclo celular e reparo do DNA, além de alterações ao nível de mitocôndrias. Sendo assim, o presente estudo consistiu em analisar as alterações celulares e moleculares em células mononucleares do sangue periférico de pacientes com CCL comparados ao grupo N-CCL. A análise dos níveis de danos no DNA (ensaio cometa com OGG1) em células mononucleares, realizada para os grupos N-CCL (n = 17) e CCL (n = 9), indicaram um nível elevado de dano oxidativo (8-oxodG), estatisticamente significativo (p<0,01) em CCL comparado ao N-CCL, mas não houve diferença significativa entre os grupos estudados para os resultados quanto ao dano basal no DNA (ensaio cometa convencional). Para alguns indivíduos de ambos os grupos, N-CCL (n = 7) e CCL (n = 6), foi analisada a expressão de genes com funções associadas ao estresse oxidativo, progressão do ciclo celular e dano ao DNA. Os níveis de expressão transcricional dos genes ATM, ATR e MTH1 não foram alterados; apenas o gene CDKN1A apresentou expressão significativamente aumentada em CCL em relação ao grupo N-CCL. A análise de expressão proteica para SOD1 e TP53, realizada por Western Blot, mostrou que somente a TP53 apresentou um aumento significativo (p<0,05) de aproximadamente 1,9 vezes nos indivíduos CCL, comparativamente ao grupo N-CCL. Por meio de citometria de fluxo utilizando corantes fluorescentes, foramavaliadas alterações nos níveis de ROS intracelular e em parâmetros mitocondriais (massa, potencial de membrana, níveis de ROS), sendo observadas alterações significativas apenas na massa mitocondrial (p<0,05) em pacientes com CCL comparados aos N-CCL, não havendo diferenças entre os grupos quanto aos demais parâmetros. Em conjunto, os resultados indicaram níveis aumentados de dano oxidativo ao DNA, alteração na massa mitocondrial e maior expressão do gene CDKN1A nos pacientes com CCL. Ainda que com um número de amostras limitado, os resultados mostraram que lesões oxidativas, alterações na expressão de TP53 e na massa mitocondrial dos pacientes CCL possam representar características relevantes nos estágios iniciais da demência, mas ainda, sem manifestações fenotípicas de maior gravidade.