Medida dos parâmetros respiratórios na admissão da UTI pode predizer necessidade de suporte ventilatório, tempo de internação e mortalidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Manara, Marcos Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-08092009-150335/
Resumo: INTRODUÇÃO: Existe uma dúvida na literatura médica se a monitorização respiratória do paciente crítico internado na Unidade de Terapia Intensiva contribuiria para melhora de seu prognóstico. OBJETIVO: Avaliar de maneira prospectiva se a mensuração de parâmetros respiratórios na admissão dos pacientes em ventilação espontânea na Unidade de Terapia Intensiva estaria relacionada com a necessidade de suporte ventilatório, duração da internação dos pacientes na UTI e com a mortalidade hospitalar. MÉTODOS: Foram avaliados prospectivamente 195 pacientes admitidos respirando espontaneamente (37,4% do total das admissões no período do estudo) na Unidade de Terapia Intensiva Adultos do Hospital Israelita Albert Einstein. No momento da admissão, foram medidos o VC espontâneo, a FR, a Pimax, a Pemax, FiO2, SpO2 , FC e foi investigado se o paciente apresentava causa pulmonar para a insuficiência respiratória. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar ou óbito. Um modelo de regressão logística por etapas progressivas e um modelo de regressão linear múltipla foram aplicados para avaliação das associações entre os parâmetros mensurados à entrada dos pacientes na UTI e a necessidade de suporte ventilatório, tempo de internação na UTI e mortalidade intrahospitalar. RESULTADOS: A média de idade dos 195 pacientes foi de 62,36±18,67, 77 mulheres. Trinta dos 195 pacientes necessitaram de suporte ventilatório (15,38%) e 20 pacientes morreram durante sua internação no hospital (10,25%). O tempo médio de internação na UTI foi de 5,1±5,8 dias. O modelo de regressão logística selecionou a Pimax (OR=1,04, p=0,018), doença respiratória primária (OR=2,8, p=0,036), FC (OR=1,03, p=0,022) e FiO2 (OR=1,04, p=0,043) como as variáveis relacionadas à necessidade de suporte ventilatório e o volume corrente espontâneo inicial (OR=0,92, p=0,000) como a variável relacionada à mortalidade intrahospitalar. O modelo de regressão linear múltipla selecionou a FC (Coeficiente=0,005, p=0,000), FR (Coeficiente =0,009, p=0,004), VC (Coeficiente = - 0,006, p=0,000) e sexo (Coeficiente =0,128, p=0,009) como as variáveis relacionadas ao tempo de internação na UTI. CONCLUSÃO: Em pacientes admitidos na UTI respirando espontaneamente, uma FC aumentada, necessidade de altas FiO2, Pimax diminuída e a presença de doença respiratória primária estiveram relacionadas com necessidade de suporte ventilatório. Pacientes do sexo masculino, com uma FC aumentada, FR aumentada e um baixo VC espontâneo apresentaram tempo de internação prolongado na UTI. A mensuração de VC espontâneo diminuído à admissão na UTI esteve fortemente relacionada a um aumento da mortalidade hospitalar.