Regiões regulatórias transcricionais e pós-transcricionais do gene HLA-G: associação com doenças e com a magnitude de expressão da proteína

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Almeida, Bibiana Sgorla de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17138/tde-10032020-134343/
Resumo: O gene HLA-G apresenta considerável variabilidade nucleotídica nas suas regiões reguladoras, mas limitada variabilidade proteica e restrita expressão tecidual, em condições não-patológicas. A proteína HLA-G modula a atividade de células do sistema imune inato e adquirido e tem sido explorada em várias condições fisiológicas e patológicas, nas quais essas respostas podem ser benéficas ou deletérias, dependendo das características dessas condições. Considerando que a magnitude da expressão de HLA-G pode ser regulada pelas regiões promotora e 3\'NT e que a expressão diferencial de HLA-G foi descrita mesmo em indivíduos saudáveis, neste trabalho avaliamos a diversidade das regiões regulatórias do gene HLA-G e sua possível influência nas variações de expressão da proteína em condições fisiológicas e patológicas. Para isso, realizamos: (i) uma revisão sistemática seguida de meta-análise sobre o polimorfismo mais estudado da região 3\'NT do gene (presença ou ausência de 14-pb) em doenças de diversas etiologias; (ii) a tipificação das regiões regulatórias do HLA-G (sequenciamento de nova geração) em pacientes com doença de Chagas, para verificação de possíveis associações entre os polimorfismos e a doença, e a avaliação dos níveis plasmáticos (ELISA) de HLA-G e da expressão tecidual (em coração, colón e esôfago) da proteína HLA-G (imunoistoquímica); (iii) a análise da diversidade das regiões promotoras (segmentos distal, proximal e enhancer L) e 3\'NT do gene HLA-G nas diversas populações mundiais que compõem a base de dados 1000 Genomes - Fase 3, para identificação dos principais haplótipos, suas frequências e relações com as diferentes regiões geográficas; e (iv) a associação da variabilidade das regiões promotoras (distal e proximal) e 3\'NT do HLA-G com os níveis plasmáticos de sHLA-G em indivíduos saudáveis, para identificar possíveis interferências das variações nucleotídicas dessas regiões na expressão basal da proteína HLA-G. De maneira geral, a meta-análise revelou que a variabilidade dos 14 pares de bases na região 3\'NT não é um marcador genético eficiente para estudos de associação de doenças. Embora os níveis plasmáticos de sHLA-G e a expressão tecidual de HLA-G estivessem mais elevados pacientes 9 com doença de Chagas quando comparados com respectivos controles, não observamos associação entre os sítios polimórficos das regiões promotora e 3\'NT do gene com a doença. Nas diversas populações mundiais, os alelos mais frequentes observados nas regiões reguladoras do gene HLA-G apresentam-se com frequências similares e verificou-se indícios de seleção balanceadora atuando nesses segmentos gênicos. Além disso, foi verificado um alto desequilíbrio de ligação entre os pares de SNP que compreendem toda essa região. Na população brasileira do Nordeste do Estado de São Paulo, não observamos associação entre os níveis de sHLA-G com a variabilidade das regiões reguladoras do gene. Por fim, considerando que a modulação da expressão de HLA-G pode ter possível aplicação clínica, o conhecimento da diversidade das regiões reguladoras pode contribuir para o entendimento acerca da complexidade da regulação da expressão e da magnitude de expressão do gene.