Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Zanetti, Maria Olívia Barboza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-21092021-051123/
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Resumo: |
O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) é uma das terapias mais importantes em hematologia. Entretanto, trata-se de um procedimento dispendioso, associado a morbimortalidade e que envolve uma farmacoterapia complexa. Neste cenário, destaca-se a possibilidade de contribuição do farmacêutico clínico. Este estudo objetivou avaliar o impacto da inserção do farmacêutico clínico na equipe de TCTH alogênico nos desfechos: mortalidade relacionada ao transplante, falha de enxertia, incidência de doença do enxerto contra o hospedeiro (DECH), tempo de internação, tempo para enxertia, número de reinternações, número de Problemas Relacionados à Farmacoterapia (PRFs), adesão e conhecimento sobre a farmacoterapia. Trata-se de um estudo de intervenção com controle histórico em que o farmacêutico atuou no grupo intervenção durante as fases: pré-TCTH, TCTH propriamente dito e pós-TCTH imediato. O acompanhamento farmacoterapêutico consistiu na monitorização diária (dias úteis) das prescrições e da condição clínica dos pacientes, identificação, monitorização e resolução de PRFs e participação nas discussões com a equipe clínica. Após a alta hospitalar, o farmacêutico realizou consultas, monitorando a adesão e o conhecimento sobre os medicamentos em uso. Ao todo, 33 indivíduos foram incluídos no grupo intervenção (GI) e 28 no grupo controle histórico (GC). Os dois grupos apresentaram características sociodemográficas e clínicas similares. A maior parte dos pacientes recebeu indicação para o TCTH em decorrência de uma doença hematológica maligna, com predomínio de medula óssea como principal fonte de células-tronco. A frequência de transplantes aparentados foi superior no GC (p = 0,0427). Foram encontrados 250 PRFs, esclarecidas 59 dúvidas da equipe e realizadas 309 intervenções no GI. Os PRFs decorreram principalmente de interações medicamentosas (36,80%), reações adversas à medicamentos (18,0%) e sobredoses (12,0%). As classes terapêuticas mais envolvidas foram os anti-infecciosos de uso sistêmico e os antineoplásicos e imunomoduladores. Obteve-se uma média de 9,36 (DP= 6,97) intervenções por paciente, abrangendo principalmente reduções de dose (19,09%), ajustes de horário de administração (18,12%), atividades educativas/qualificação da equipe (15,21%) e retirada de fármacos (10,68%). Quanto à aceitabilidade, 85,8% das intervenções foram aceitas, 3,9% foram aceitas com alterações, 7,1% não foram aceitas sem justificativa e 3,2% não foram aceitas com justificativa. As intervenções significantes ou muito significantes representaram 75,4% dos casos. Em média, cada paciente passou por 4,68 consultas farmacêuticas (DP = 1,91) durante o pós-TCTH imediato e o aumento no conhecimento e na adesão pôde ser evidenciado (p = 0,0001; p = 0,0115, respectivamente). Não foi possível demonstrar diferenças entre GI e GC na mortalidade, falha de enxertia, DECH, tempo de internação, tempo para enxertia e reinternações. Contudo, as intervenções farmacêuticas foram necessárias principalmente em pacientes com internações prolongadas (p < 0,001), que necessitaram de reinternações (p < 0,001), que utilizaram mais medicamentos (p < 0,001) e/ou que apresentaram DECH (p < 0,001) ou falha de enxertia (p = 0,010). Apesar da dificuldade na mensuração do impacto do acompanhamento farmacoterapêutico nos desfechos clínicos, é notável a contribuição em pontos relevantes do transplante. O farmacêutico realizou intervenções clinicamente relevantes e auxiliou no gerenciamento da farmacoterapia, contudo, a abordagem multidisciplinar é fundamental para maximizar os ganhos. |